domingo, 3 de junho de 2012

O USO DO DEBATE COMO TÉCNICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Esta proposta foi publicada nos Anais da VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR, 2012.
O USO DO DEBATE COMO TÉCNICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA
BALBINO, Alessandra Cristina
VICARI, Diogo
   LANDGRAF, Elisangela 
SANTOS, Fernando Henrique dos
OLIVEIRA, Jully G. Retzlaf de
Palavra-chave: Técnica de ensino. Globalização.  Debate

Introdução    
O presente trabalho objetiva discutir o Debate como técnica de ensino de Geografia e em específico apresentar uma proposta de ensino utilizando essa técnica para ser trabalhada no 7 ano do ensino fundamental para explicar o conteúdo de Globalização.
O debate no ensino de Geografia se faz relevante, pois, pode contribuir de forma significativa na compreensão de diversos conceitos geográficos que se mostram muitas vezes complexos mediante as mudanças ocorridas no cenário mundial pelo acelerado processo de globalização, bem como possibilita a reflexão de pontos de vista oposto de um mesmo tema.
O debate como estratégia de ensino oferece um ambiente propicio para que os alunos aprendam a argumentar e se tornarem capazes de reconhecer as visões contraditórias a suas afirmações. Podendo desse modo compreender que as idéias quando debatidas coletivamente, podem ser organizadas e reformuladas através da mediação do professor e da contribuição dos colegas. O movimento de trocas de idéias e de construção do conhecimento é reforçado de modo que os alunos tenham a oportunidade de conhecer melhor o caráter coletivo e dinâmico do conteúdo e da atividade a que se propõe.
Para realização deste trabalho foram feitas leituras de bibliografias especializadas no assunto e discussão em grupo para realização da proposta de ensino.
O Debate como Técnica de ensino
            A escola tem papel fundamental na divulgação e na discussão de temas relevantes à nossa sociedade. Mas muitas vezes, esses temas parecem demasiadamente abstratos para professores e alunos. Diante disso faz-se necessário pensar nas técnicas de ensino que serão utilizadas em sala de aula, que tornem a aprendizagem dos conteúdos geográficos mais dinâmica, interessante e significativa para o aluno.
            As atividades são os veículos usados pelo professor para criar situações e abordar conteúdos que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para a sua transformação (BORDENAVE; PEREIRA 1978).
O Debate consiste na apresentação do conteúdo confrontando dois grupos, um grupo normalmente defende uma tese específica e o outro grupo debate esta tese negando seus critérios, fazendo assim com que, haja uma discussão de forma civilizada, chegando ao final do debate a uma conclusão de qual das opiniões se assemelha mais ao conteúdo estudado. (WESTPHAL; CARVALHO 1984).
O uso do debate como auxilio para as aulas de geografia tem como objetivo enfrentar pessoas ou no caso temas ambíguos,de idéias opostas para que sua confrontação surjam subsídios para orientar as opiniões do publico presente (BORDENAVE; PEREIRA 1978).
Esta técnica é uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram apenas colocar suas idéias em questão ou discordar das demais, com a finalidade de ajudar os alunos a analisar diversos aspectos de um tema, problema ou conteúdo. Geralmente debates são longos, e raramente se chega a alguma conclusão, porém, é uma prática considerada saudável onde uma pessoa pode ver vários lados de uma mesma questão. Apresenta-se dois grupos de painelistas, frente a frente, enfrentam pontos de vista sob a coordenação do moderador que regula o intercambio.
(BORDENAVE; PEREIRA 1978).
   O objetivo desta técnica de ensino é fazer com que os alunos se tornem aptos a julgarem o assunto de forma criteriosa conceituando de forma fundamentada a teoria, chegando a uma conclusão do assunto, socializando a classe e mantendo a ordem adequada à metodologia da aula. (WESTPHAL; CARVALHO, 1984).
Para a aplicação da técnica do Debate é necessário dividir a sala em dois grupos, fazer com esta divisão seja feita mediante o sorteio, fazendo assim com que os grupos costumeiros se dividam. Um grupo defenderá o conceito e o outro fica com a função controversa. Lembrando que ambos terão que estar baseados em teorias plausíveis.
O professor dá as regras, exemplificando como será feito, e deixando em ênfase, que esta metodologia exige respeito como qualquer outra metodologia aplicada em sala. Inicia-se o debate, um grupo lança uma discussão e o outro tentará se defender.
Ao final da aula, o professor faz um apanhado geral do assunto e decide quais dos grupos melhor se desempenhou na atividade, merecendo a melhor nota.
Mesmo que professor esteja disposto a incentivar a participação ativa dos alunos, seu sucesso vai depender de saber como organizar o debate para facilitar essa participação. Esta técnica: o Debate, tem eficácia comprovada que convém ao professor conhecer e experimentar (BORDENAVE; PEREIRA 1978).
Proposta de Atividade de Ensino Usando a Técnica do Debate
Serão utilizadas três aulas para a realização desta atividade, sendo que a primeira será para explicar o conteúdo proposto destacando que, a globalização consiste na crescente interligação ou interdependência entre todas as economias e povos do planeta, e que a tecnologia tem encurtado as distâncias entre as mais diversas sociedades, esclarecendo desse modo que a globalização é um fenômeno que se encontra presente nas mais diversas esferas (econômica, política, social, ambiental, cultural etc.), influenciando constantemente o desenvolvimento da sociedade.
A sala será dividida em dois grupos que discutirão idéias opostas ao tema proposta. O debate será mediado sobre  dois pontos principais, o primeiro grupo analisará a seguinte questão:As conseqüências da revolução técnico-científoca já se fazem sentir em todo o mundo, o aumento do desemprego, a substituição maciça de mão-de-obra por robôs ou por máquinas, a informatização de quase todos os setores com a introdução de computadores que funcionam isoladamente ou conectados a redes; a expansão da agropecuária que baseada na biotecnologia, que produz gêneros agrícolas ou criações geneticamente modificada. O texto terá uma ilustração ao lado para a melhor contextualização dos alunos.
O segundo texto trará outro lado da globalização e da tecnologia, sendo discutidas as seguintes questões: As conseqüências da revolução técnico-científica já se fazem sentir em todo o mundo. Por exemplo, atividades que eram exercidas por seres humanos estão sendo executadas por máquinas inteligentes. Além disso, as redes estão interligadas por computadores, de qualquer lugar do mundo as pessoas podem fazer movimentar suas contas bancárias, enviar mensagens, conhecer pessoas distantes, ou fazer compras pela internet, esse texto também terá uma ilustração ao lado para melhor compreensão dos alunos. Para o desenvolvimento dessa atividade será utilizada como referencia básica o livro didático VESENTINI, j. William, VLACH, Vânia. Geografia Critica: Geografia do mundo industrializado sobre o seguinte questionamento: Quais são limites e as possibilidades da tecnologia e dos meios de comunicação na atualidade?
 A sala será dividida em dois grupos, a distribuição dos textos se fará através de sorteio. Cada grupo terá vinte minutos para realizarem a leitura do texto e organizarem suas idéias. Posteriormente cada grupo terá mais vinte minutos para apresentar suas considerações. Ao termino das apresentações preliminares cada equipe terá dez minutos para contrapor as idéias do outro grupo. O professor deve estar a todo o momento mantendo a disciplina da classe, evitando qualquer tipo de ofensa desagradável a metodologia da aula.
 Ao final da metodologia aplicada, o professor deve avaliar seus alunos de forma a qual grupo melhor se posicionou e teorizou as respostas dadas. Não necessariamente se chegará a uma conclusão única, para finalizar os grupos deverão apontar tópicos com as considerações que eles obtiveram com relação à visão do grupo oposto.
Considerações Finais
            O debate proporciona diversas vantagens para o ensino aprendizagem, em geral, tem como objetivo a formação de cidadãos críticos e ativos na sociedade, pois, desenvolve nos alunos a habilidade da argumentação. Tal prática também representa uma alternativa para os professores que buscam soluções mais criativas e motivadoras para suas aulas. O debate, como estratégia, provê um ambiente propício para que os alunos aprendam a argumentar, isto é, que se tornem capazes de reconhecer as afirmações contraditórias e aquelas que dão suporte às afirmações.
            O movimento da troca de idéias e da construção de conhecimentos é reforçado durante um debate e, desse modo, os alunos têm a chance de compreender melhor o a importância do trabalho coletivo. Existe a necessidade de o professor estar atento a algumas limitações que eventualmente podem ocorrer, como possíveis limitações da classe, pode ocorrer a principio uma resistência por parte dos alunos e também das limitações físicas que a escola publica pode apresentar.
 Fica claro que o planejamento de um debate é essencial para o seu desenvolvimento adequado, da mesma forma que para qualquer atividade pedagógica, sendo que deve levar em consideração desde as estratégias de sensibilização e de escolha do tema, os materiais de apoio como textos, charges, vídeos, coleta de dados em campo, a forma de registro das idéias discutidas, até a avaliação dos alunos.
Nessa atividade é importante garantir a participação constante de todos os alunos envolvidos nesse processo, só assim todos se sentirão donos do saber alcançado.
Referencias Bibliográficas
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e aprendizagem.Petrópolis.Vozes,1978. 
WESTPHAL, Márcia Faria; CARVALHO, Márcia. Técnicas de Ensino a Formação do Pediatra, São Paulo, 1984.

TÉCNICA PHILLIPS 66 PARA ENSINAR GEOGRAFIA

Esta proposta foi publicada nos Anais da VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR, 2012.

TÉCNICA PHILLIPS 66 = UMA PROPOSTA PARA SER UTILIZADA NO ENSINO DE GEOGRAFIA.
DYBAS, Aline C. de Moura
SANTOS, Josiele Andréa
SANTOS, Laís Lemes
OLIVERIA, Jully G. Retzlaf
Palavras – chave: Dinâmica em Grupo; Mundo Globalizado; Ensino Fundamental.
Este trabalho tem por objetivo discutir o uso de técnica Phillips 66 no ensino de Geografia e em específico propor uma atividade com o uso da mesma para ser aplicada no 8º ano do Ensino fundamental para explicaR o conteúdo de “Mundo Globalizado”.
A geografia é uma área do conhecimento que se compromete em tornar o mundo mais compreensível para o aluno, sendo assim ela têm o objetivo de levar para o aluno conceitos que fazem parte de sua vida, como o espaço geográfico e, fazer com que este indivíduo perceba a relação entre sociedade e a natureza (SANTOS, 1997).
As propostas atuais de ensino destacam a importância de ouvir, conhecer o cotidiano, a realidade dos alunos, e isso de maneira exclusiva faz parte das aulas de geografia, para tanto é indispensável o uso técnicas e dinâmicas em grupos tais como debates, seminários, painéis entre outros para melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos.  
Não basta ao professor ser transferidor de conhecimentos, usando métodos unicamente tradicionais, e fazer do ensino apenas um momento, mas sim continuidade de algo que venha a influenciar direto ou indiretamente em sua vida. Entender, conhecer a realidade dos alunos e contribuir para que ela entenda o conteúdo são essenciais para um ensino de qualidade.
Para tanto como tornar-se um grande professor diante de alunos, repletos de conhecimentos, conteúdos, ideias e ideais para serem reveladas? Como ser um bom professor de geografia dinâmico e fascinante?
Professores fascinantes contribuem para desenvolver em seus alunos: capacidade de gerenciar os pensamentos, administrar as emoções, ser líder de si mesmo [...] entender a mente do aluno e procurar respostas incomuns, diferentes daquelas a que o jovem está acostumando. (CURY, 2003).
O papel do professor é de “instruir” para que o aluno tenha capacidade de atingir metas, únicas, e a produção do conhecimento. Para tanto é necessário que o professor desenvolva capacidades em si primeiramente, ou seja, aprimorar seus conhecimentos e tornar-se capacitado para o uso de novas técnicas para a produção do conhecimento ou revelar conhecimentos escondidos, e isso só será valido com a prática, através da experiência vivida através das atividades em sala de aula.
[...] as atividades são os veículos usados pelo professor para criar situações e abordar conteúdos que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para a própria transformação (BORDENAVE; PEREIRA, 1978). 
Segundo Bordenave e Pereira (1978) para o professor moderno a escolha das atividades de ensino é uma etapa importante da profissão, pois é através disso que podem ser desenvolvidas capacidades no aluno, como: observar, analisar, teorizar, sintetizar, aplicar e transferir o aprendido. Segundo os autores há uma dependência entre os objetivos educacionais estabelecidos pelo professor e as atividades de ensino. 
O professor pode encontrar dificuldades ao lançar novas técnicas de ensino, seja por não saber como fazer, seja por medidas escolares rigorosas, ou por não conseguir atingir tal meta na classe. Inúmeras são as técnicas a serem aplicadas em sala de aula, porém inúmeras também são essas dificuldades, principalmente quando a sala de aula é numerosa.
Quando a professora envolve todos os alunos favorecendo os a pensar, dando lhes a oportunidade de expressarem livremente, eles próprios tomam a iniciativa de fazer as perguntas que acabam por enriquecer o conhecimento (MOYSÉS, 1994).
 Diante do exposto a Técnica chamada Phillips 66 torna-se um proposta interessante para ser aplicada no ensino, principalmente nas aulas de geografia, para despertar no aluno o fascínio de aprender a aprender, e transferir o que se sabe através da troca. O método foi criado e difundido por J. DONALD PHILLIPS. Recebeu o nome de 66 porque seis pessoas discutem o assunto durante 6 minutos (um minuto para cada pessoa). Em essência, o método consiste na divisão do grande grupo em pequenas frações de discussão de 6 membros (BEAL; BOHLEN e RAUDABAUGH, 1967).
Sua função é motivar uma discussão ordenada entre participantes, utilizada principalmente quando há um grande numero de alunos em sala de aula. Esta técnica promove uma abertura para discussão, opiniões, tomada de decisões, fixação da aprendizagem e até mesmo como avaliação, podendo ser aplicada no inicio da aula - retomando a aula anterior - no decorrer da aula, após uma exposição, por exemplo, ou no final da aula como fixação.
De acordo com Bordenave e Pereira (1978) esta técnica tem os seguintes procedimentos: a) O professor expõe claramente a questão, solicitando a colaboração de todos; b) Divisão da turma em grupos de seis alunos, solicitando que cada grupo escolha o seu orientador e o seu porta-voz; c) os grupos discutem as suas idéias, devendo o porta-voz anotar as conclusões; d) caso o entusiasmo seja muito, o professor poderá conceder mais alguns minutos, além dos seis iniciais; e) encerrada a discussão, o professor dá a palavra aos vários grupos, que transmitem as suas conclusões; f) o professor examina o material obtido, através de sugestões e com a participação de toda a turma, no sentido de se alcançarem conclusões aceites por todos ou pela maioria e g) os temas são determinados pelo professor (coordenador) e as conclusões que ambos os grupos expuseram.
A seguir será apresentada uma proposta de ensino utilizando a técnica Phillips 66. Esta técnica deverá ser aplicada no 8º ano do Ensino Fundamental para explicar o conteúdo de “Mundo Globalizado”. Inicialmente divide-se a sala em grupos de seis alunos, onde cada grupo recebe um assunto relacionado ao conteúdo.
1.     Comunidade global, o que é isso?
2.     Revolução tecnológica e formação do espaço global;
3.     Globalização e desigualdade;
4.     Consumo e meio ambiente.
Diante do assunto, os grupos debateram sobre seu conteúdo e elegeram um relator para falar a síntese do tema.
O grupo teve seis minutos para discutir o assunto proposto e o relator anotou os pontos principais dessa discussão entre os seis elementos do grupo, que posteriormente foi exposto entre os demais grupos.
Ao faltar um minuto para esgotar os seis minutos, o coordenador  informa aos grupos - caso haja empolgação nessa discussão entre os grupos, o coordenador pode conceder mais alguns minutos.
Esgotado o tempo, o coordenador pede que o relator exponha os pontos principais discutidos entre o seu grupo, seja oralmente, seja através do quadro negro.  A partir daí, vai iniciar-se uma discussão com o coordenador de todas as conclusões obtidas.
Diante das conclusões discutidas pelos pequenos grupos o professor vai tentar alcançar conclusões que serão aceitas por todos e assim vai finalizar a técnica.
O uso da técnica Phillips 66 pode contribuir para o melhor aprendizado dos alunos,  diálogo entre professor/ aluno e entre os alunos, podendo ao profissional atingir objetivos ao ensinar, além de tornar a aula mais sugestiva, interessante e aberta a debates. Embora, conclui-se que, as técnicas de ensino não são simplesmente um método para melhor ensinar – alternativo ou sugestivo, mas também uma maneira do professor conhecer seus alunos, a aprender com eles ao mesmo tempo que se trasfere o que sabe, diagnosticar o como, o que, e o porque ensinar isto ou aquilo, sendo as técnicas um guia do sucesso educacional.
            A Técnica Phillips 66, traz essa inovação que muitos professores de geografia e áreas afins desconhecem. Revelar talentos de forma harmoniosa, flexível, conhecendo os alunos. Antes de se pensar em fracassar na sala de aula, devemos pensar no sucesso, pois o sucesso começa com a participação, interação e diálogo na relação professor aluno.
             O professor passa a ser fascinante quando o aluno deixa de ser um espectador e passa a ser um ator no palco da vida. Por mais que a vida em sociedade possa dar oportunidades de se expressarem, é na sala de aula que tudo se inicia, ali que se produz, é o primeiro contado com o conhecimento, esse é o grande objetivo da Técnica Phillips 66, unir estratégias inovadas para a produção do conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAL, G.M.; BOHLEN, J.M.; RAUDABAUGH, J. N. Liderança e Dinâmica de grupo. Rio de Janeiro. Zahar,1967.
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e aprendizagem. Petrópolis. Vozes, 1978.
CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro. Sextante, 2003.
EXPOENTE, Geografia. Ensino Fundamental. Curitiba. Centro de Excelência em Educação Expoente Desenvolvimento de Produtos Pedagógicos, 2008.
MOYSÉS, Lucia Maria. O Desafio de Saber Ensinar. Campinas. Papirus, 1994.
SANTOS, Milton. natureza do espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1997.






DIÁDE: UMA TÉCNICA DE ENSINO NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA.

Esta proposta foi publicada nos Anais da VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR, 2012.
DIÁDE: UMA TÉCNICA DE ENSINO NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA.
GABRIEL, Maria Cristina
MENDES, Rafaela
SÁ, Natácia Cristina dos Santos
OLIVEIRA, Jully G. R.

Palavras – chave: Globalização; Dinâmica em Grupo; Duplas
INTRODUÇÃO
            O presente texto visa apontar a importância da Dinâmica em Grupo no processo de ensino-aprendizagem de Geografia, destacando como elas podem facilitar e melhorar a participação dos alunos dentro da sala de aula. Para a realização do trabalho foram feitas leituras e discussão de bibliografia específicas do assunto.
A aplicação de técnicas e dinâmicas em sala de aula são de extrema importância para o processo de ensino-aprendizagem, pois a dinâmica de grupo torna o conhecimento próprio de cada um de seus membros um patrimônio do grupo pela intensificação da comunicação entre seus membros, a ponto de dizer que a especialidade é dos indivíduos, mas a cultura é do grupo (LIMA, 1972 APUD BORDENAVE 1978, P.142). Porem é necessário que o professor tenha alguns cuidados antes de aplicá-las como: facilidades físicas, tempo disponível, etapa no processo de ensino, estrutura do assunto, contribuições e limitações, tipos de alunos e aceitação (BORDENAVE E PEREIRA, 1978). Esses aspectos são fundamentais para o professor determinar os tipos de atividades a serem realizadas.
O objetivo da Geografia é estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem (PCN, 1998, p. 26). Para atingir tal propósito a escolha e organização das atividades de ensino são de grande importância.
Ao desenvolver suas atividades de ensino o professor acaba conhecendo melhor seus alunos, uma vez que ele necessita conhecer a sala como um todo para ter a percepção de quais técnicas aplicar, tendo em vista que existem inúmeras técnicas e as mesmas não são aplicáveis em todas as séries.
O artigo tem como objetivo discutir a Díade como técnica de ensino de Geografia e em específico apresentar uma proposta usando a mesma para ensinar o conteúdo de “Globalização e seus efeitos”.


APLICAÇÃO DA DIÁDE COMO TÉCNICA DE DINÂMICA DE GRUPO NO ENSINO DA GEOGRAFIA

O trabalho em grupo é um momento privilegiado para o desenvolvimento e a prática de habilidades intelectuais, bem como promover a conceituação e o aprofundamento da compreensão dos alunos. Entender a maneira como os grupos operam através das relações que se estabelecem entre seus componentes representa uma importante contribuição para o professor saber planejar adequadamente sua intervenção, tanto no sentido de auxiliar o grupo durante uma discussão em que deve prevalecer um consenso, como no sentido de negociar suas exigências com as do grupo (KIRSCHNER, 1992 APUD ROCHA, 2005, P.12).
Para Gil – Pérez (1993, apud ROCHA, 2005, p.12), o trabalho em grupo coloca-se como elemento fundamental de uma metodologia de ensino que pretende aproximar as situações de aprendizagem das atividades dos cientistas. Essa metodologia busca explorar as dimensões do trabalho em grupo, facilitando a interação entre eles, representada por equipes, pelos conhecimentos já construídos, pelos textos e pelo professor. 
Ambos os autores concordam com os benefícios que as dinâmicas de grupo trazem para os alunos e consequentemente para os professores. Uma das técnicas de dinâmica de grupo que pode vir a ser aplicada é a DIÁDE.
A Díade é uma técnica de fracionamento de um grupo muito grande, para dar maior oportunidade de participação a todos. Consiste simplesmente em pedir para os alunos que formem pares, isto é, minigrupinhos de duas pessoas (Diáde) para discutir o assunto, resolver exercícios ou problemas (BORDENAVE E PEREIRA, 1978, p. 154). Segundo os autores, se a metade do grupão ainda constituir um numero elevado de grupinhos, pode-se sortear quais deles terão oportunidade de apresentar suas perguntas, sugestões ou conclusões.
O professor de geografia pode oferecer aos alunos diversos meios que permitem incentivá-los a participar ativamente do processo de ensino/aprendizagem, um desses meios é a dinâmica em grupo. Neste sentido, Cavalcanti (2002, p. 12) diz que:
Há um pressuposto mas que geral de que o ensino é um processo que contém componentes fundamentais e entre eles há de se destacar os objetivos, os conteúdos e os métodos. Numa proposta pedagógica didática discutida e referenciada teoricamente esses componentes são articulados e interdependentes.

A DIÁDE como uma técnica de aprendizagem deve contribuir com o professor de Geografia ao propor uma atividade em que todos os alunos da sala possam fazer uma reflexão e tenham a oportunidade de expor suas idéias, permitindo a participação ativa do aluno. Contudo, antes de aplicar a técnica o professor deve leva em conta alguns aspectos como: a quantidade e o comportamento dos alunos, o tempo disponível entre outros.
A seguir será apresentada uma proposta de ensino utilizando a técnica DIÁDE para ensinar o conteúdo de “globalização e seus efeitos” em 02 aulas do 9 ano do Ensino Fundamental:
  1º passo: O professor divide a sala em duplas.
  2º passo: O professor estipula o seguinte tema: A globalização e seus efeitos.
  3º passo: As duplas terão o tempo de 15 minutos para fazer a leitura do texto base: A globalização e seus efeitos (Projeto Araribá, 2007, pg. 38), e discutir as principais ideias do texto.
 4º passo: O professor escolhe um membro de cada dupla para expor as ideias debatidas e refletir como o tema encontra-se presente em seu cotidiano.
5º passo: Por fim, como forma de avaliação o professor pede para que cada dupla produza uma síntese do que foi discutido entre si na dinâmica.
Para Santos (2008, p.15) a globalização atual é perversa, fundada na tirania da informação e do dinheiro, na competitividade, na confusão dos espíritos e na violência estrutural, acarretando o desfalecimento da política feita pelo Estado e imposição de uma política comandada pelas empresas. Diante desta perplexidade a dinâmica em grupo torna-se interessante uma vez que permite ao professor explorar o conhecimento e entendimento dos alunos sobre o conteúdo estudado através da participação ativa dos mesmos, bem como relacionar o tema com o cotidiano dos educandos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo mostrou que a técnica de ensino DIÁDE é importante no processo de ensino-aprendizagem de Geografia, pois permite ao professor conhecer melhor seus alunos estimulando-os a participar ativamente das aulas, bem como possibilita ao educando um maior contato com o conteúdo estudado e o exercício do trabalho e reflexão em grupo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : Geografia / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC / SEF, 1998. 156p.

BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e Aprendizagem. Petrópolis, Vozes.1978.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2002.
PROJETO ARARIBÁ: geografia / organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Sonia Cunha de Souza Danelli – 2. Ed – São Paulo: Moderna, 2007.
ROCHA, Zenaide de F. D. C., Análise da Dinâmica de um grupo de aprendizagem em ciências no Ensino Fundamental. Londrina, 2005. Dissertação (Pós-graduação em ensino de ciências e educação matemática). Universidade Estadual de Londrina, UEL.
SANTOS, Milton: Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17ª Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2008.