domingo, 3 de junho de 2012

GRUPOS DE INTEGRAÇÃO HORIZONTAL-VERTICAL NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Esta proposta foi publicada nos Anais da VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR, 2012.
O USO DA TÉCNICA - GRUPOS DE INTEGRAÇÃO HORIZONTAL-VERTICAL PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA
BREGANON, Lucila
BRENAG, Gustavo de Carlos
HARADA, Dayane
OLIVEIRA, Jully G. Retzlaf de
Palavras-chave: Dinâmica em Grupo, Aprendizagem, Lixo
 
Este trabalho traz um estudo da técnica de ensino Grupos de Integração Horizontal-Vertical bem como uma proposta de atividade usando a técnica para ser aplicada no 2° ano do Ensino Médio para abordar o conteúdo de Lixo. As reflexões desta temática é relevante uma vez que promoverá a melhora da aula do professor,  bem como indicará maneiras de ensinar o conteúdo geográfico.
            O trabalho visa apresentar uma forma mais interessante de se trabalhar com assuntos extensos em uma sala de aula com muitos alunos, propondo discussões sobre temas sugeridos ou não pelo livro didático, nas aulas de geografia para melhorar a aprendizagem dos alunos.
            As técnicas de ensino, pelo método de discussão em grupo, são utilizadas basicamente para melhorar a aprendizagem dos alunos e participação ativa na sala de aula, podendo associar as técnicas a todas as matérias presentes no ensino médio.
            As disciplinas de geografia e de historia são as que mais conseguem aproveitar as técnicas, principalmente àquelas quem envolve os grupos de estudos e debates. Pois o conteúdo teórico ajuda na preparação das atividades, não dizendo que as matérias de calculo sejam difíceis de usar, mas precisam de um planejamento mais detalhado do que o teórico.
            Um dos únicos problemas que dificultam o trabalho em grupo e a divisão da sala são as chamadas “panelinhas”, as quais a formação dos grupos fica por conta da afinidade e da amizade existente entre os alunos na sala de aula.
O grupo de integração horizontal-vertical é uma das técnicas das quais quebra esse tabu da sala de aula, pois há uma interação maior entre os alunos de um grupo, com alunos de outro grupo no trabalho.
            Em recentes pesquisas, percebeu-se que estudantes trabalhando em grupo aprendem mais, usam um nível maior de raciocínio, ficam mais satisfeitos com suas classes e são mais tolerantes com diferenças raciais e étnicas (Maier e Keenan, 1994). Também chamado de aprendizagem cooperativa, o ensino em pequenos grupos vem recebendo atenção com alternativa às aulas expositivas. O que é excelente para o ensino de geografia, pois ajuda o aluno a garantir uma aprendizagem melhor sobre o conteúdo, pois além de ter a “vontade” de aprender pode discutir sobre o assunto com colegas de grupo e até com os alunos de outros grupos.
            A técnica Grupos de integração horizontal-vertical aprofunda uma discussão de um tema entre os grupos, e entre os alunos inseridos nesses grupos, que por fim do trabalham chegam a um consenso a respeito do tema sugerido. Ela é mais conhecida por “painel integrado”, porém, é um nome inadequado a situação, pois é diferente da técnica de painel. A sua característica consiste em um desenvolvimento que engloba duas etapas (BORDENAVE; PEREIRA, 1978).
1-     A primeira etapa é chamada de integração horizontal, onde os grupos são formados a partir da afinidade de seus membros: grupo 1 (6 membros), grupo 2 (6 membros), grupo 3 (6 membros), grupo 4 (6 membros) e grupo 5 (6 membros). Todos os grupos deverão ter o mesmo número de membros. Nota-se que aqui tem formado 05 grupos horizontais com 06 membros cada (30 alunos).
2-    Na segunda etapa, os grupos serão formados a partir dos grupos horizontais, chamado de grupo vertical, onde cada grupo terá um membro do grupo horizontal sendo: grupa A (1, 2, 3, 4, 5); grupa B (1, 2, 3, 4, 5); grupa C (1, 2, 3, 4, 5); grupa D (1, 2, 3, 4, 5); grupa E (1, 2, 3, 4, 5) e grupa f (1, 2, 3, 4, 5). Nota-se que aqui tem formado 06 grupos verticais com 05 membros cada, cada um representando o grupo horizontal de origem (30 alunos).
A integração horizontal – vertical é indicada para ser aplicada em salas numerosas e com um conteúdo a ser estudado muito extenso, em que necessitaria de muitas aulas para ser abordado, pois a técnica possibilita discutir textos longos de uma maneira rápida e simplificada, focalizando nas idéias principais do texto.
A seguir será apresentada uma proposta de ensino utilizando a técnica de grupo de integração horizontal-vertical para ser trabalhada em quadro aulas do 2° ano do ensino médio com a temática de “Lixo e o que fazer com ele?”.
            Inicialmente o professor deverá dividir a sala em 5 grupos horizontais com 5 alunos cada, nomeados de 1 à 5. Na seqüência cada grupo receberá um tema para ser discutido entre os membros do grupo, sendo:
            Grupo 1: Identificar o exagero na produção de lixo doméstico e coletivo no Brasil;
            Grupo 2: Pesquisar aproximadamente quanto de lixo uma família produz no Brasil e aprender a importância da destinação correta do lixo em nosso país.
            Grupo 3: Propor teorias e soluções possíveis para problemas locais e/ou regionais no Brasil e perceber que a atual visão do desenvolvimento econômico leva à exaustão dos recursos e à produção de lixo.
            Grupo 4: Compreender que existe um grande custo econômico e ambiental com a produção e o destino deste lixo, que é coletivo, mas distribuído de forma desigual entre as classes sociais na cidade dos alunos.
            Grupo 5: Procurar soluções para os problemas causados pelo acumulo indevido do lixo e a falta de reciclagem e desenvolver a capacidade crítica e auto-avaliar suas ações.
            Após a divisão do grupo, o professor irá explicar o básico do tema e ceder os materiais necessários para esta dinâmica, bem como estipular um tempo para a discussão grupal. Produzindo no final uma síntese do assunto debatido, que será apresentado no grupo vertical.
            Depois desse tempo em que os alunos debateram sobre a temática do grupo, novamente será feita uma divisão na sala, só que agora os alunos terão que interagir com alunos de outros grupos formando novos grupos, formando os grupos verticais. Em cada grupo vertical haverá um membro de cada grupo horizontal e este deverá apresentar a síntese do tema debatido em seu grupo de origem. Também aqui os grupos verticais deverão produzir uma síntese de todos os temas debatidos no grupo vertical e finalmente o professor deverá promover uma discussão geral do tema apresentado, onde os alunos trariam soluções para o problema em sua cidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho deixa claro não só a forma de melhorar a aprendizagem, tornando-a menos complexa, e também para garantir uma melhor interação entre aluno-aluno e aluno-professor, pois, esta técnica requer uma grande interação entre os alunos durante os grupos horizontais e durante os verticais, requer também muita atenção do professor e auxílio nas dificuldades dos alunos.
As limitações existentes para aplicar essa técnica na sala de aula seriam: a organização do tempo, que é fundamental para a preparação das aulas e o trabalho com o assunto proposto; se a sala apresentar alunos que realmente trabalham e se interessam pelo trabalho em grupo. E com certeza o interesse por parte dos alunos em trabalhar as discussões e interesse do professor em preparar as aulas para concluir um assunto extenso, porém, com interesse e aprendizado de todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORDENAVE, J. D.,  PEREIRA, A.M., Estratégias de Ensino e Aprendizagem. Petrópolis, Vozes. 1978.
MAIER, M.H.: KEENAN, D. Cooperative Learning in Economics Economic Inquiry. Vol. XXXII. p. 358 – 361, April. 1994.

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