segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A UTILIZAÇAO DO QUEBRA-CABEÇA DO GLOBO TERRESTRE EM TRÊS DIMENSÕES COMO FORMA DE ENSINO DE GEOGRAFIA NAS SERIES DO ENSINO FUNDAMENTAL.

MOREIRA, Marcos Fernando
FILHO, Adalberto Mazzei
Discentes do 4° ano de Geografia – UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora de Estágio Profª Msc. do Departamento de Geografia - UENP

A necessidade de se trabalhar as dimensões territoriais do planeta Terra, a correlação entre o ensino das localizações dos continentes, suas dimensões exatas e a dinâmica interna do planeta se faz necessária, visto que, durante as aulas de observação de estagio curricular em geografia 2, foi possível notar uma dificuldade nos alunos em relação as dimensões do planeta Terra, devido ao fato de que os jovens apenas se utilizam de planisférios, principalmente, a projeção de Mercator, desenvolvida no século XVII. É uma projeção cilíndrica conforme conserva a forma das massas continentais, mas distorce as áreas relativas ( ou seja a escala) dos continentes. Assim, os países de altas latitudes (Europa e América do Norte, por exemplo) são representados com uma área relativa superior à de países próximos à linha do Equador (especialmente da África, América Latina e Ásia). A utilização de mapas e globos no ensino cartográfico, é algo implícito no cotidiano dos professores de geografia, algo naturalmente presente nas salas de aula, de suma importância, como cita Wittich (1964: 167). “O mapa nos ajuda a compreender a história e as rápidas mudanças que ocorrem no mundo de hoje, permitindo-nos, também, antever possíveis modificações futuras”. Porem, as formas de sua utilização são inúmeras, mas que de certa forma, podem tornar-se maçantes se não utilizadas na maneira correta, apenas uma apreciação de tal recurso, sem uma boa explanação que chame a atenção do aluno para o tema abordado, pode ser tão ineficaz quanto a não utilização do mesmo. Uma das possibilidades deste trabalho é a mistura, que se parece cabível ao ensino através de globos e mapas, é a utilização de jogos, de forma lúdica, que desperte o interesse nos alunos de maneira mais eficiente, sendo que jogos podem ser bastante dinâmicos e diversificados, cabendo ao professor, seu melhor aproveitamento como diz Haidt (1994) “O professor deve usar sua inventividade para criar seus próprios jogos, de acordo com os objetivos de ensino-aprendizagem que tenha em vista e de forma a adequá-los ao conteúdo a ser estudado.” Com tal mistura, jogos e a utilização de mapas e globos, uma técnica inovadora e dinâmica se mostrou bastante audaciosa e perfeitamente coerente com o principio requerido, que é a utilização da técnica de montagem de figuras de papel chamada “papercraft”, onde foi localizado no site “Canon Creative Park”, um globo terrestre em três dimensões em forma de cones que se encaixam, onde o aluno devera montar este quebra cabeças, levando-se em conta as dimensões dos continentes, sua localização, etc. Uma forma eficaz de utilização deste recurso, é uma competição, onde os alunos devem construir o globo, sem erros de localização, em um tempo pré determinado. A competição ocorrera da seguinte forma, em uma aula de cartografia, no ensino médio, será explanada a localização dos continentes, suas especificidades, círculos imaginários principais, etc. O jogo consistira em dividir a sala em seis grupos, onde cada grupo teria seu próprio globo, cabendo aos alunos construírem o globo da maneira correta, o mais rápido possível, vencendo o mais rápido e que constituir a forma mais exata do globo. Havendo erros, caberá ao professor apontá-los explicando novamente a correta localização a ser considerada. Outra forma de utilização, também pode ser orientada sobre a dinâmica interna da terra, pois o quebra-cabeça mostra também como se dá a divisão interna do planeta, tal qual o seu núcleo, até a crosta. A fabricação dos globos, necessitara do professor, a impressão das partes componentes do globo retiradas do site “Canon Creative Park” (http://cp.c-ij.com/en/contents/1006/), em papel cartolina, recortando nas áreas indicadas, dobrando e colando, até o termino do projeto. O total de paginas no formato A4 de papel cartolina para a confecção de um globo é de 14 folhas. Para a utilização deste projeto, serão necessárias 3 aulas, sendo a primeira uma explanação sobre o globo terrestre, a segunda caberia a apresentação do globo a ser montado a turma, explanando sobre as regras do jogo e a terceira, e a ultima a competição em si, e avaliação dos resultados, com a verificação da montagem correta do globo. A realização deste trabalho se justifica pelo fato dos alunos apresentarem certa dificuldades em relação as dimensões do planeta, localização dos continentes e a proporcionalidade dos mesmos, por isso faz se necessário trabalhar o conteúdo de forma significativa para o aluno , procurando ao mesmo tempo diversificar a aula e incrementar o processo de ensino – aprendizagem.
Objetivou-se neste trabalho ensinar a dimensão do planeta Terra, enfocando as formas e localizações dos continentes através da construção do globo terrestre.
Em especifico pretende-se, por meio do lúdico, procura-se transpor a barreira das dificuldades de visualização correta do mapa, de forma mais objetiva, criando nos alunos a dimensionalidade, visão esta que se faz difusa em relação as projeções vigentes na atualidade , projeções estas que se encontram com disparidades em relação a real dimensão do planeta. Conclui-se então, que a proposta pedagógica apresentada alcança outros patamares com relação a jogos e cartografia, sendo de certa forma, um amplo auxilio para que os alunos consigam gravar mais facilmente as dimensões e localizações dos continentes, criando assim uma forma de “mapa mental’, tão importante para o meio geográfico, quanto para o conhecimento geral dos alunos.

Palavras-Chave: quebra-cabeça, ensino de geografia, globo terrestre.

Referencias Bibliográficas
WITTICH, Walter Arno; SCHULLER, Charles Francis. Recursos audiovisuais na escola. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura. 1964
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 1994.
CANON CREATIVE PARK - http://cp.c-ij.com/en/contents/2023/10201/index.html

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE CAMPO

CLAUDIMIR VIECO ITO
Graduando do curso de Geografia da UENP
VALÉRIA CRISTINA DE SOUZA
Graduando do curso de Geografia da UENP
JULLY GABRIELA RETZLAF DE OLIVEIRA
Orientadora e Professora do Curso de Graduação em Geografia da UENP

A utilização do trabalho de campo como ferramenta de aprendizagem é de fundamental importância para que o aluno possa compreender melhor as relações existentes entre a disciplina apresentada em sala de aula e a sua real aplicação na realidade. As noções próprias do processo ensino-aprendizagem fornecem recursos e instrumentos para que possam interagir com seu meio ambiente. O incentivo a construção coletiva do conhecimento (trabalhos em grupos) nos trabalhos de campo, privilegia a evolução sócio-afetiva do aluno e promove uma transformação no cotidiano escolar. Portanto, o trabalho de campo se caracteriza como uma ferramenta fundamental para o aluno, fazendo com que este tenha um maior conhecimento das questões ambientais que estão ao seu redor, contribuindo para que desenvolva uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações. Em outras palavras, construir o conhecimento a partir da realidade, sobre a realidade e para então transformar esta realidade. Pode-se aproveitar também o trabalho de campo para trabalhar com os alunos os conceitos de cartografia, iniciando com um conhecimento prévio dos mapas e a área a ser estudada, de forma a se familiarizar com o local de estudo, fazendo com que estes possam compreender melhor as questões que envolvem o espaço geográfico. Com isso os alunos poderão ter um conhecimento inicial do lugar a ser visitado, identificando suas peculiaridades através dos mapas, adquirindo capacidades de interpretar mapas e relatar em linguagem cartográfica suas experiências do campo.
O trabalho de campo é importante para todas as áreas de conhecimento, um trabalho em conjunto pode fazer com que os alunos venham a ter maior interesse pelas disciplinas e se bem aplicados trarão resultados para todos os envolvidos nesta empreitada rumo ao conhecimento. Para BORTOLOZZI (1992) a Geografia assume diversos papéis: "aprender a se organizar no espaço, organizando-o; conhecer-se e inserir-se no espaço, conhecendo-o; fazer se respeitar no espaço, respeitando-o". Ainda segundo a autora, cabe ao professor de Geografia "reforçar a técnica da problematização em sala de aula; estimular o diálogo, tirando o aluno da passividade diante da imagem do espaço, levando a agir sobre este; adaptar seus instrumentos e técnicas a partir das necessidades dos alunos e da comunidade”. Aproveitar a paisagem local e estudar a comunidade não é um método fácil, de ensino mais é uma rica oportunidade de aprendizagem. “A geografia é mais interessante, mais real e mais viva quando a realidade existente na comunidade é estudada.” (THRALLS 1995, apud, Jensen, op.cit., 190). Não tem por que não propormos trabalhar o espaço geográfico, a dinâmica da natureza e a educação para o meio ambiente, especialmente com as técnicas de trabalho de campo. Segundo AJARA (1993) dentre as diversas ciências que possuem interfaces diretas com a questão ambiental, a Geografia muito tem a contribuir com a Educação Ambiental, no que se refere à reflexão e prática através do ensino e pesquisa sob um ponto de vista que lhe é específico: a incorporação do aspecto espaço-território, nas questões ambientais. Por isso cabe ao professor de Geografia informar o aluno sobre as questões ambientais que fazem parte da realidade do local que vai ser trabalhado, uma vez que o aluno só terá um maior esclarecimento das questões referentes ao que aprendeu em sala de aula quando este for ao campo e observar na pratica os conceitos que aprendeu em sala. Na experimentação, o aluno poderá colocar este conhecimento acumulado à disposição da conservação, através da Educação Ambiental. Para que se possa realizar uma boa aula de campo alguns procedimentos devem ser realizados com o intuito de fazer com que a aula possa ter o melhor rendimento possível tanto para os alunos como para a equipe que por ventura venha a participar da elaboração da aula, portanto antes de seguir com os alunos a campo o planejamento de como está será deve ser realizado. Inicialmente, o professor deve fazer uma relação da sua viagem com os conteúdos trabalhados em livros acerca da matéria a ser ministrada. É importante ressaltar que o suporte teórico e a introdução de materiais auxiliares condizentes com a pesquisa a ser realizada dão aos alunos subsídios para sua concentração e estimulo no estudo como um todo, facilitando a prática. O uso de material didático com imagens do assunto abordado dá uma melhor visualização para confrontação e ligação do cotidiano ao cientifico. O docente deve então, quando ainda não conhecer ou houver muito tempo desde sua última incursão, fazer uma viagem prévia ao local a ser visitado, coletando informações quanto aos melhores pontos de parada que tenham relação com o assunto ministrado e a segurança que será necessária para que a aula transcorra sem problemas, se haverá a necessidade de monitores, quantos, qual o tempo necessário em cada parada, até qual horário os alunos podem permanecer no local, limites de aproximação de locais perigosos, entre outras variáveis. A quantidade de alunos que serão conduzidos, o transporte, sempre ressaltando a segurança, a alimentação e os horários pré-definidos são pontos primordiais que os professores devem levar em consideração para que a aula funcione sem que haja situações de problemas que poderiam ter sido evitados com planejamento prévio. O conteúdo teórico deve ser ministrado aos alunos em sala de aula, utilizando várias aulas se necessário for, devendo o professor sempre enfocar o que da matéria ministrada será visualizado na aula de campo e em qual ponto, dando aos alunos a sensação de segurança que o seu professor tem na disciplina e na aula que será ministrada, entendendo eles que não será um simples “passeio”. Desta forma, tudo o que mencionado e abordado em campo, será de inteiro conhecimento dos alunos, podendo estes associar a teoria estudada com a prática no contato com a realidade. Tendo o professor transmitido todo o conhecimento teórico necessário, este deve, juntamente com os alunos, fazer o planejamento da aula de campo. Deve-se fazer um levantamento do roteiro e dos pontos de observação considerando os itens que os alunos acharem relevantes, quais as comparações pertinentes, quais as amostras a serem coletadas e quais os principais pontos de estudo. Os alunos devem seguir para a aula de campo instruídos sobre a forma que será avaliada, se através de relatório de aula, montagem de maquetes, croquis, experiências práticas em sala, ou qualquer outra pertinente ao conteúdo que o professor deseja que seja adquirido. Feito isso, a aula de campo seguirá como planejada, lembrando sempre de tentar antecipar eventuais problemas que possam surgir, a fim de minimizar perdas de aprendizado. O engajamento dos alunos, a proposição de saberes, habilidades e competências e a avaliação antes, durante e a após a “visita-ação” podem garantir êxito na medida em que fica vinculado o prazer e o aprendizado. Todas as experiências práticas vivenciadas pelos alunos servirão de acréscimo ao seu conhecimento sobre o tema estudado. Em aula posterior, deve o professor fazer, junto com os alunos, a avaliação do campo, uma vez que após a ida ao campo é que os alunos irão levantar os pontos favoráveis e as possíveis falhas ocorridas, a fim de que possam ser corrigidos os problemas que por ventura sejam detectados em aulas futuras. Considerando, especialmente, se os objetivos foram alcançados. Desta forma, a presente proposta de trabalho de campo torna-se um componente dinamizador e transdisciplinar capaz de unificar as diferentes áreas componentes da grade curricular presentes nos diferentes PPP (Projetos Políticos Pedagógicos) das unidades de ensino.

Palavras Chave: Geografia, Educação Ambiental, Trabalho de Campo, Lugar, Paisagem, Região, Território e Espaço.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AJARA, César. A abordagem geográfica: suas possibilidades no tratamento da questão ambiental. In: Geografia e Questão Ambiental. Rio de Janeiro: IBGE, 1993.
BORTOLOZZI. A. O Papel da Geografia no contexto da Educação Ambiental escolar: um estudo de caso. 1992. 84 f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. PUC, São Paulo, 1992
LACOSTE, Y. A pesquisa e o trabalho de campo: um problema político para os pesquisadores, estudantes e cidadãos. Seleção de Textos-AGB, n.11, p.1-23, 1985.
PONTUSCHKA, N.N. et al. O Estudo do Meio como trabalho das práticas de ensino. Boletim Paulista de Geografia – AGB/SP, n.70, p. 45-52, 1992.
RODRIGUES, A.B. Guia Metodológico de Trabalho de Campo em Geografia. Revista do Departamento de Geociências, vol.10 nº 1- Jan/Jul. Londrina, UEL, 2001.
RUELLAN, F. O Trabalho de Campo nas Pesquisas Originais de Geografia Regional. Revista Brasileira de Geografia/IBGE, n. 1, p. 35-45, jan./mar. 1944.
THRALLS, Zoe A. O Ensino da Geografia. Universidade de Pittsburgh. 1965.

TRABALHANDO O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ATRAVÉS MAQUETE E DO JOGO.

FERREIRA, Priscila Vargenski e
OLIVEIRA, Geisiane Aparecida
Discentes do 4° ano de Geografia - UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia – UENP

Este trabalho apresenta uma experiência pedagógica realizada nas aulas de Geografia durante o estágio de regência executado no Colégio Estadual Professor Gabriel Rosa, localizado na cidade de Curiúva – Paraná.
Este texto tem como objetivo apresentar uma proposta metodológica para ensinar o conteúdo de uso e ocupação do solo nas aulas de Geografia do Ensino Fundamental. Em específico pretende-se apresentar o jogo como instrumento pedagógico.
Para trabalhar o conteúdo de uso e ocupação do solo nas aulas de geografia, inicialmente foi construída uma maquete hipsométrica do Estado do Paraná em sala de aula, a fim de familiarizar os alunos com as diversas altitudes que o relevo apresenta bem como os diversos usos e ocupações que as áreas podem receber de acordo com a altitude e inclinação do relevo. Na seqüência foi aplicado um jogo com os alunos utilizando a maquete construída, cujo objetivo era demonstrar a importância de planejamento das ações antrópicas ao estabelecer o uso e ocupação da superfície terrestre. A maquete é uma das formas de representação do espaço que tem como vantagem o fato de permitir a percepção do abstrato e do concreto. Ou seja, permite que a visualização tridimensional da curva de nível – representada bidimensionalmente no mapa, bem como possibilita a apresentação de elementos da paisagem como: rios, estradas, áreas urbanas e rurais, entre outros. E, além disso, na construção do modelo, há apreensão de conceitos cartográficos necessários à leitura e compreensão de uma representação cartográfica; tais como simbologia cartográfica, proporção, generalidades, orientação e localização (SIMIELLI, 1991 e 1999). Saber construir e interpretar as representações cartográficas são fundamentais para a formação do raciocínio geográfico – identificar, relacionar e ordenar os fenômenos do real nas suas multidimensões espaciais – necessários á leitura e compreensão do mundo. Contudo, para que a esta representação tenha a utilização necessária, é imprescindível que o sujeito possua o aprendizado para sua leitura e uso, ou senão, conforme argumenta Lacoste (1998), a representação não terá sentido algum, como não teria uma página escrita para quem não aprendeu a ler. Dessa forma torna-se importante trabalhar com maquete, sendo esta um importantíssimo instrumento de ensino, permitindo a visualização do espaço em sua tridimensionalidade.
A maquete se torna um importante recurso de apoio didático pedagógico. Ao trabalhar com as informações em relevo, permitindo a visão tridimensional do espaço, ela aproxima o abstrato do real e ao mesmo tempo, possibilita a construção dos conceitos necessários para o entendimento da representação bidimensional - o mapa - na medida em que o professor, mediador do processo de ensino e aprendizagem, realiza a construção da maquete, a partir do mapa. O desenvolvimento de uma atividade de construção de maquetes só terá sentido ao processo pedagógico quando para a aquisição de conhecimentos geográficos, sendo esta um meio para atingir um fim. Os procedimentos metodológicos seguidos para elaboração da maquete hipsométrica do Paraná são constituídos de várias etapas, as quais serão representadas a seguir: A 1ª etapa compreendeu a escolha do tema, aquisição do mapa base (figura 01). Para aula de 7ª série do ensino Fundamental, o tema escolhido foi o uso e ocupação do solo no estado do Paraná. Nesta etapa optou-se por utilizar um mapa hipsométrico do Paraná. Na 2ª etapa foi feita a seleção do material a ser utilizado na maquete, sendo: papelão, papel vegetal ou seda, alfinete, tintas coloridas (os tons variam conforme ao tema a ser representado, no caso das altitudes: as cores hipsométricas - Quadro 01), cola, estilete, canetas hidrocolor e pincéis. Na 3ª etapa foi construída em sala de aula, junto com os alunos, a maquete hipsométrica do estado do Paraná. Inicialmente foram feitas as cópias das curvas de nível, cada uma em folha separada. Em seguida os alunos transferiram os contornos de cada curva para as placas do papelão, sendo este posteriormente cortado. Para definição das cores a serem usadas na maquete optou-se por partir das cores frias (menor altitude) para as cores quentes (maior altitude) (quadro 01). Na seqüência os alunos pintaram as placas de papelão, conforme as altitudes, reservando a mesma tinta para a legenda. As placas após cortadas e pintadas foram coladas uma sobre a outra conforme o mapa hipsométrico base.
 Altitude Cores utilizadas na maquete
1200 Marrom claro
1000 - 1200 Laranja escuro
800 - 1000 Laranja claro
600 - 800 Amarelo médio
300 - 600 Amarelo claro
Até 300 Verde claro
Quadro 01 – definição das cores para a maquete.

Na finalização da maquete foram acrescentados elementos cartográficos como Título, legenda, escala, orientação e fonte.
Na 4ª etapa foi aplicado um jogo utilizando a maquete construída. A partir da maquete, pode-se estimular os alunos a realizar uma analise integrada da paisagem, através da discussão de temas como o uso do solo, hidrografia, ação antrópica, constituição do solo, tipo de vegetação, entre outros. Mas para que alunos consigam perceber a relação que existe entre conteúdos geográficos e sua vida, é indiscutível o papel do professor. O jogo é lúdico e desafiador, pois sugere desafios, habilidades e conhecimento, e para isso procuram conhecer as regras e estudam as estratégias para vencer. Segundo Macedo (2000), os jogos são propostos com o objetivo de coletar importantes informações sobre o sujeito que pensa, para ir simultaneamente transformando o momento do jogo em meio um favorável á criação de situações que apresentem problemas a serem solucionados. O uso da maquete e do jogo promove a capacidade de observar, analisar, comparar, explicar, reconhecer, representar características do local em que se vive e assim possa construir noções de diferentes paisagens, bem como o espaço geográfico como produção da sociedade. Nesta etapa foi trabalhado o jogo das curvas de nível sendo assim: em cartas de cores diferentes escreva as seguintes questões:
• Parabéns, você foi premiado com o direito de construir 5 casas na maquete. Onde você poderia construí-las e por quê?
• Peça para seu professor traçar duas linhas na maquete. Depois responda: Se você fosse fazer uma caminhada seguindo um dos trajetos, qual deles escolheria? Por quê?
• Você foi indicado pelo prefeito da cidade para reflorestar uma área. Indique esta área na maquete.
• Se você fosse pavimentar o bairro, em qual sentido das ruas as águas da chuva escoariam com maior velocidade? Justifique sua resposta.
• Indique quais são as cotas mais próximas umas das outras e que isso revela sobre o relevo.
* Trace uma linha na maquete e elabore um perfil topográfico do terreno.
Nessa aula a sala foi dividida em grupos e cada grupo recebeu uma cor diferente de carta atrás de cada carta tinha um n° que iria para o sorteio, através do sorteio cada grupo tinha a chance de responder a pergunta da carta sorteada. Em seguida as respostas foram explicadas e relacionadas com o conteúdo estudado por eles.
Os alunos gostaram do trabalho, entenderam a importância do relevo, quais suas formas, e o porquê da realização da maquete, como objeto de estudo.
Concluímos assim que os objetivos foram alcançados, a aula foi muito produtiva houve um interesse e uma grande participação por parte dos alunos. Cabe a nós futuras professoras optarmos por sermos cada vez mais sujeitos da nossa história atuando ativamente na busca de uma sociedade mais plural, democrática e que dê mais dignidade de vida aos que, com seu suor, constroem as riquezas deste País.

Palavras-Chave: Ensino de Geografia. Maquete. Jogo.

REFERÊNCIAS
PASSINI, Elza Yasuko Alfab
etização Cartográfica e o Livro Didático: Uma Análise Crítica. Belo Horizonte, MG: Editora Lê, 1994.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. 5ª Ed. São Paulo: Edusp, 2001.
SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas - 30 ed São Paulo: Ática, 2000.
ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 7 ed., 1999, 90 p.
ALVES, R. O rio São Francisco no Paraná. São Paulo: Folha de São Paulo, 11 de jul. 1999.
OLIVEIRA, Livia. Estudo metodológico e cognitivo do mapa. São Paulo: IGEOG-USP, 1978.
SIMIELLI, M. E. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, A.F.A. (Org.) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999. p.92-108.

O ESTUDO DE CASO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

VELOSO, Marlene do Carmo
MENEGASSO, Daniela de Fátima
Discentes do 4º° ano de Geografia - UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Prática de Ensino de Geografia II. Dentro dos instrumentos de ensino apresentados, escolhemos o “estudo de caso” onde é apresentado como uma modalidade de pesquisa em suas diferentes abordagens e aplicações. Revela sua importância na inovação do ensino e seu crescimento como instrumento que pode ser aplicado em diversas áreas do conhecimento. Na análise que se segue em primeiro lugar será definido o que é um estudo de caso, destacando suas principais características e objetivos de estudo. Em segundo lugar será apresentado uma experiência pedagógica realizada com alunos do Ensino Médio, utilizando o estudo de caso com instrumento de ensino para a compreensão de conteúdo ligado à climatologia, mostrando que podemos ensinar a partir do conceito de lugar, com acontecimentos no espaço próximo, espaço vivido cotidianamente através da observação dos fenômenos naturais que ocorrem no dia a dia dos alunos. O estudo de caso constitui uma estratégia de pesquisa utilizada nas Ciências Sociais com bastante regularidade. Podemos afirmar que é a estratégia mais utilizada quando se pretende conhecer o “como?” e o “por quê?” (Yin, 2001), quando o investigador detém escasso controle dos acontecimentos reais ou mesmo quando este é inexistente, e quando o campo de investigação se concentra num fenômeno natural dentro de um contexto da vida real. Segundo Ventura, 2007 como qualquer pesquisa, o estudo de caso é geralmente organizado em torno de um pequeno número de questões que se referem ao COMO e POR QUE da investigação. Para Ludke e André, 1986, o estudo de caso como estratégia de pesquisa é o estudo de um caso simples e especial delimitado. Nesse trabalho será abordado principalmente o caso análise e sua aplicação, por ser de mais fácil aplicação em sala de aula. O Caso análise consiste em apresentar de forma sucinta uma situação real ou fictícia, para ser discutida em grupo..A forma de como apresentar o caso pode consistir em descrição, narração, diálogo, dramatização, sequência fotográfica, filme, artigo, jornalismo e outras. O que se pretende é trazer um pouco da realidade á sala de aula, já que nem sempre é possível levar os alunos a observar a realidade de primeira mão. O estudo de caso pode-se ser utilizado com diversos objetivos: Para motivar, já que o caso em geral envolve uma situação verossímil de conflito, suscetível de ser diversamente interpretada pelos alunos, desenvolver a capacidade analítica e o espírito cientifico e interiorizarem novos conceitos e aumentarem seu vocabulário, como também aprenderem a participar em grupo capacitando-os na tomada de decisões. A aplicação do estudo de caso sugere uma linha a ser seguida: Preparação do caso: não existem limites para as possíveis fontes de material para casos: - A experiência e a vida diária do professor. – As experiências dos alunos, que podem ser convidados a apresentar casos. – Jornais e revistas - Contato com agricultores, empresas, funcionários. – Relatórios técnicos. Existem dois tipos de estudo de caso, o caso análise e o caso problema. O caso análise tem como objetivo desenvolver a capacidade analítica dos alunos, suas habilidades de distinção e observação, julgamentos, associações entre outros sem aspirar a chegar à solução alguma do estudo. O caso problema trata-se de um esforço de síntese, isto é chegar a uma solução a melhor possível dentro dos dados fornecidos pelo caso. Pode-se ser lançado um estudo de caso antes do conteúdo trabalhado. Dessa maneira é exposto o tema por um período curto de tempo, e o professor pede para que os alunos se interem do tema e explica que não se aspira a chegar a uma única solução. Pode ser feito trabalhos com debate nas salas de aulas, observando a realidade vivenciada pelos alunos. A seguir será relatada uma experiência pedagógica realizada durante o estágio curricular supervisionado em geografia, no colégio Estadual Marcílio Dias, localizado no município de Itambaracá, região norte do estado do Paraná. Durante as aulas de regência no Ensino médio foi selecionado e aplicado um estudo de caso para compreensão de conceitos ligados à climatologia. Dessa forma a estudo de caso foi denominado de “Da Cotidianidade do tempo meteorológico à compreensão de conceitos climatológicos. A prática consistiu na observação diária, feita pelos alunos, do tempo meteorológico a fim de construir a noção da movimentação das massas de ar no território brasileiro e as conseqüências desta no clima da região sul do país. A construção dos conceitos meteorológicos se processou pela Prática diária, pela observação, pelas experiências do fazer, considerando os saberes que os alunos trazem consigo. Objetivou-se nesta atividade: Aplicar procedimentos pedagógicos que partissem da vivência cotidiana dos alunos sobre as condições meteorológicas; Avaliar sua eficácia na compreensão da dinâmica climática, na relação com hábitos e condições de vida; Construir a noção de movimentação das massas de ar, de formação e de evolução de frentes e estimular o uso da capacidade que o organismo humano tem de sintetizar as condições do tempo meteorológico e possibilitar a sua prática dentro das reais condições de trabalho nas escolas de ensino fundamental e médio. Os Materiais usados para o desenvolvimento do estudo de caso foram: internet, jornais, termômetro,rosa-dos-ventos. A Metodologia foi desenvolvida com base no conceito de clima proposto pro SORRE (1934), “O clima é a série de estados atmosféricos acima de um lugar e a sua sucessão habitual.”Dentro dessa abordagem fez-se a observação diária dos tipos de tempos por duas semanas. A atividade foi realizada em grupo de quadro pessoas, onde cada um ficou responsável por um dos atributos escolhidos para análise do tempo, podendo estes ser mensurados com instrumentos simples como: termômetro (temperatura do ar) e uma rosa –dos- ventos (indicação do vento) e os que não exigem quaisquer equipamentos, e sim a sensibilidade de cada um na indicação do conforto térmico e na observação das características atmosféricas visíveis como nebulosidade, insolação, existência de chuva ou não e as vestimentas das pessoas. Além disso, foi solicitado para aqueles que tinham acesso à internet e a jornais que coletassem diariamente as análises das imagens de satélites publicadas pelos jornais da região. E a partir daí propuseram as seguintes problematizações: Existe nebulosidade sobre a região em caso positivo, onde se localiza ao norte ao sul qual é a temperatura do ar neste dia? Chovia, ventava? o que as pessoas estavam vestindo? como estava o tempo?
Com esses dados cada grupo elaborou um quadro (Quadro 1) com as informações requeridas e imagens de satélites coletadas diariamente para construir a relação entre os tipos de tempo e a movimentação das massas de ar na região sul.
A imagem que se tem a seguir foi retratada durante o estudo de caso, onde os alunos observaram o deslocamento de uma massa de ar fria que se formou na Argentina e veio para o sul do Brasil.

Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

T

U

V

Dv

N

C

Ins

Ve

Im

Conclusões:


Nesse momento ainda não foi abordado a nomenclatura cientifica para as massas de ar. Após a análise seguiu-se um debate em que foram apresentados os elementos que permitiram aos alunos concluírem sobre as mudanças dos estados do tempo atmosférico no município de Itambaracá Pedagogicamente, essa experiência com o estudo de caso, promoveu um processo de ensino aprendizagem facilitador da elaboração de conceitos ligados à climatologia associados ao cotidiano, além de propiciar a integração entre os alunos e o desenvolvimento do senso de responsabilidade e comprometimento com as atividades curriculares.
O trabalho executado despertou nos alunos o interesse pelo estudo do clima, porque partiram do simples conhecimento empírico dos alunos, aplicando o cada dia novos conceitos climáticos, tornando-se uma experiência valiosa e muito agradável, onde ocorreu maior socialização e troca de experiências entre os alunos.
Uma vez que, por ser uma atividade prática de pesquisa e coleta de dados deu significado aos conteúdos científicos apresentados no livro didático, onde estes conceitos aprendidos tornaram-se úteis para sua existência individual, coletiva e escolar.


PALAVRAS- CHAVES - Estudo, caso, geografia, clima.

REFERÊNCIAS
REGO,Nelson.CASTROGIVANNI,Antônio Carlos. KAERCHER,Nestor André. GEOGRAFIA: Práticas pedagógicas para o ensino médio. Porto Alegre: Artmed,2007.
BORDENAVE, J.D; PEREIRA, A.M. Estratégias de ensino- Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994.
Yin, R.K .(2001)«Projectando estudos de caso»
Marcelo, C. e Parrilla, A. e Mingorance, P. e Estabaranz, A. e Sanchez, M.V. e Llinares, S .(1991)«El estudio de caso en la formation del professorado y la investigation didática»
ROSSATO,D.M.S. A geografia que se faz é a geografia que se ensina. Orientação, São Paulo , 1985.
LUDKE M,André MEDA. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU: 1986.
VENTURA, Magda Maria – O estudo de Caso como modalidade de pesquisa – Pedagogia Médica – RJ; 2007.

A UTILIZAÇÃO DA MÚSICA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL.

SANTOS, Juliani Cristina dos
Graduanda do 4º ano de Geografia da UENP- Campus Cornélio Procópio
PIMENTEL, Aline Rodrigues
Graduanda do 4º ano de Geografia da UENP- Campus Cornélio Procópio
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Profª Orientadora, UENP- Campus Cornélio Procópio

No atual contexto da educação e da problemática do processo de ensino-aprendizagem é necessário refletir sobre novas maneiras de educar e entender o ambiente cotidiano da sala de aula e dos seus educandos. Assim, torna-se relevante a utilização de recursos didático-pedagógicos alternativos como as atividades lúdicas, a exemplo da música, onde constitui uma ferramenta que permite trabalhar os conteúdos geográficos de modo crítico e criativo. De acordo com VIEIRA:
“A música pode ser um complemento auxiliar das atividades desenvolvidas para interação com alunos nos trabalhos de ensinar e aprender Geografia. [...]” (2007, p. 107)
Diante de tais desafios, propusemos a pesquisa de uma metodologia de ensino, que utilizando a música, levasse os alunos a relacionarem as mensagens contidas nas mesmas aos conteúdos geográficos, motivando a produção musical e a construção do conhecimento. A música pode ser um instrumento de massificação de idéias e de difusão de valores e atitudes, e essas propriedades somadas à presença deste meio no cotidiano dos alunos, a torna um instrumento valioso no desenvolvimento de capacidades como contextualização, análise, expressão de idéias, produção de letras e músicas, construção de conhecimento e mudança de atitudes.
O Objetivo deste trabalho foi o de aguçar o senso crítico dos alunos na identificação e análise de temas geográficos presentes nas músicas ouvidas no seu dia-a-dia. Em específico buscou-se fazer a contextualização dos conteúdos geográficos com as mensagens, fenômenos e relações expostas na música. Como afirma KLIMEK:
“O ensino de Geografia deve possibilitar ao aluno a compreensão da realidade e instrumentalizá-lo para que faça a leitura crítica, identifique problemas e estude caminhos para solucioná-los; mas para isso é necessário que os alunos e o professor sejam parceiros na busca de conhecimentos [...]” (2007, p.119).
Diante do exposto procurou-se desenvolver nos alunos a habilidade de produzir algo, a partir do que foi visto, ouvido e analisado, levando à elaboração de novas músicas que expressassem conceitos, ideologias e atitudes aos ouvintes destas, iniciando, desta forma, um ciclo de comunicação que levassem à produção do ser pensante e atuante na sociedade.
A música como instrumento de ensino pode ser aplicado de diferentes maneiras em sala de aula. Neste trabalho será apresentado três aplicações distintas da música no ensino de Geografia, sendo: aulas com o uso da Paródia, análise da letra das músicas, análise dos diversos ritmos contidos nas músicas. Pois como o autor mesmo se refere:
“[...] Diferentes interpretações podem ser discutidas sobre a música, seu ritmo, sua harmonia, principalmente quando contextualizadas no momento histórico da sua elaboração. Toda arte é também expressão política e a música tem igualmente o seu lado histórico a ser explorado e sentido.” (VIEIRA, 2007. p. 107)
A paródia é a recriação de uma música geralmente conhecida, uma reescritura de caráter contestador, crítico, satírico, humorístico. A paródia constrói, assim, um percurso de desvio em relação ao texto parodiado, numa espécie de insubordinação crítica, cômica. Para se trabalhar com a paródia sugerimos que mesma seja elaborado pelos alunos, levando em consideração uma música que já conhecem e que gostam relacionando-a com o conteúdo geográfico estudado no momento. Um exemplo de paródia: O tema são as Eras Geológicas, a música é Mamãe eu quero. “Eu sei as Eras/Eu sei as Eras, As Eras Geológicas, Arqueozóica, Proterozóica, Paleozóica, Mesozóica, Cenozóica/Pré-Cambriano: Formação do Planeta; Paleozóica: Formação dos Sedimentos; na Mesozóica: grande vulcanismo; e já na Cenozóica: recentes dobramentos.”
Outro exemplo de como a música pode ser trabalhada no Ensino Fundamental se dá através da análise do ritmo musical. Propõe-se trabalhar a regionalização do Brasil através dos ritmos, apresentando aos alunos os diversos ritmos musicais que se manifestam no território brasileiro, podendo através dos mesmos identificar culturas distintas ligadas a cada região do país. Uma exemplificação são as Macrorregiões do IBGE, onde o Brasil está dividido em cinco Regiões, para facilitar o estudo deste extenso território, dessa forma a Região Norte: se caracteriza pelos ritmos: Brega, Tecnobrega, Carimbó, Lambada, Calipyso, as Toadas de Parintis, entre outros, que ao ouvir esses ritmos automaticamente se recorda desta região. Já na Região Nordeste, os ritmos predominantes são: Forró, Frevo, Maracatu, Baião, Axé, Arrocha, entre demais ritmos, que faz desta região destino certo em festas tradicionais brasileiras. Na Região Centro-Oeste o Sertanejo de Goiás e o Pop-Rock do Distrito Federal se destacam entre os ritmos. Na Região Sudeste, o Sertanejo também faz parte, mas os que mais se sobressaem são o Hip Hop, o Reggae, o Funk e as músicas eletrônicas. Por fim na Região Sul tem o Vaneirão, Xote, Valsa, Chamamé, entre outros que caracterizam essa região. Todos estes ritmos citados podem ser trabalhados em sala de aula da seguinte forma: o Professor leva um CD com músicas dos diferentes ritmos e os alunos tentam descobrir de qual região aquela música faz parte.
Outra forma interessante de utilizar a música em sala de aula é utilizando a própria letra, podendo ser uma música que faz crítica a algo ou simplesmente voltada para o conteúdo geográfico. A seguir serão apresentadas algumas letras de música que podem ser relacionadas à Geografia:
Música 1 - Nas favelas, no senado/Sujeira pra todo lado/Ninguém respeita a constituição/mas todos acreditam no futuro da nação/Que país é esse? Que país é esse?/Que país é esse?/No Amazonas, no Araguaia iá, iá,/na Baixada Fluminense/Mato Grosso, nas Gerais e no/Nordeste tudo em paz/na morte eu descanso, mas o Sangue anda solto/Manchando os papéis, documentos fiéis/Ao descanso do patrão/Que país é esse?/Que país é esse?Que país é esse?Que país é esse?/Terceiro mundo, se for/Piada no exterior/Mas o Brasil vai ficar rico/Vamos faturar um milhão/Quando vendermos todas as almas/Dos nossos índios num leilão/Que país é esse?/Que país é esse?/Que país é esse?(Legião Urbana, Que país é esse?). Neste tipo música o professor aguça a criticidade dos alunos, levando-os a analisar os motivos pelos quais a letra da música critica algo.
Música 2 - É bão de mais/ É bão de mais a vida de violeiro/ Cantar no Brasil inteiro/ E voltar pro meu Goiás/Goiás é mais, é bão de mais/ É bão de mais/ A vida de violeiro cantar no Brasil inteiro E voltar pro meu Goiás/ Quando saio pra cantar/ Por esse Brasil a fora /Levo Deus no coração e na bagagem a viola/ Nas cidades do interior, Distritos e capitais fazendo o que agente ama, mas quando a saudade chama eu volto pro meu Goiás/ É bão de mais/ É bão de mais/ A vida de violeiro Cantar no Brasil inteiro e voltar pro meu Goiás/ Goiás é mais, é bão de mais/ É bão de mais A vida de violeiro/ Cantar no Brasil inteiro e voltar pro meu Goiás/ Um dia canto no sul no outro já vou pro norte/ do nordeste ao sudeste/ coração bate mais forte/ Solto a voz no centro-oeste num dueto de paixão junto com o meu parceiro por esse Brasil inteiro/ Cantando só modão/ É bão de mais/ É bão de mais A vida de violeiro/ Cantar no Brasil inteiro/ E voltar pro meu Goiás/ Goiás é mais, é bão de mais/ É bão de mais A vida de violeiro/ Cantar no Brasil inteiro e voltar pro meu Goiás. (Jorge e Mateus – Violeiro Feliz de Goiás).
Música 3 - Meu amor fugiu de mim/Não sei onde ela está/Ela tem muitos parentes No estado do Paraná/Não sei se está em Londrina, Ponta Grossa, Maringá, Cascavel ou Curitiba Talvez em Paranaguá/ Quase louco de amor fui procurar a menina passei por Jacarezinho e Santo Antônio da Platina/ Fui a Cornélio Procópio, Bandeirantes e Londrina, de Rolândia e Arapongas fui parar em Tomazina/ revirei Apucarana, Pirapó e Mandaguari, fui a Jandaia do Sul, Marialva e Sarandi/ segui pra Nova Esperança fui a Paranavaí procurei praquelas bandas Terra Rica e Loanda, Uniflor e Floraí segui pra Umuarama, Altônia e Iporã, Mamborê, Campo Mourão, Cianorte, Ubiratã estive em Porecatu, Astorga e Jaguapitã, Faxinal, Jardim Alegre fui até Ivaiporã. Mas nem tudo acontece conforme a gente deseja nem sempre a felicidade é servida na bandeja, ao chegar em Colorado Bendito, louvado seja fiquei sabendo que ela foi pra casa do tio dela que mora em Sertaneja. (Juliano César- Meu amor fugiu de mim).
A aplicação das músicas 2 e 3 poderá ser feita da seguinte forma: a segunda música deverá ser executada e os alunos ter a letra da música, elas deverão identificar quais são as regiões do Brasil e qual o estado que eles estão dando mais ênfase na música, a terceira está mais voltada para o Paraná, nesta música há necessidade de usar o mapa, eles irão ouvir a música e procurar no mapa as principais cidades que falam no refrão da música.
Conclui-se, portanto, que a utilização da música em sala de aula facilitará o processo de aprendizagem do aluno, contribuindo para a construção do conhecimento geográfico, uma vez que este instrumento está totalmente inserido no cotidiano do aluno. Cabe ao professor fazer os alunos analisar as músicas de forma diferenciada, aguçando nos mesmos o olhar geográfico e crítico sobre as mesma.

Palavras-Chave: Ensino de Geografia, Música, Paródia.

Referências
VIEIRA, C. E.; SÁ, M. G. de Recursos Didáticos: do quadro-negro ao projetor, o que muda? In. PASSINI, E. Y. Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007, p.101-116. (16p).
KLIMEK, R. L. C. Como aprender Geografia com a utilização de Jogos e situações-problema. In. PASSINI, E. Y. Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007, p.117-131. (15p)

TRABALHO DE CAMPO EM UMA ÁREA DE EXPLORAÇÃO MINERAL: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA

ALVES, lnglismeire Pereira
RIBEIRO, Ana Claudia Dias
Discentes do 4° ano de Geografia – UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

Tendo em vista a importância do Trabalho de Campo para a apreensão dos conteúdos geográficos propõe-se neste trabalho a realização desta atividade para enriquecer as aulas de geografia do ensino médio. Neste sentido propõe-se a realização de um trabalho de campo, como proposta pedagógica, no ensino de Geografia com os alunos do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Anita Aldete Pacheco, localizado no Município de Figueira no intuito de observar os aspectos ambientais envolvidos na exploração mineral, em especifico na exploração do carvão que é realizada no município de Figueira Paraná. Para tanto foi selecionado a mina 07 para realização da atividade. Na Mina 07 da Cambuí o que ocorre é que ao lavrar as camadas de carvão que se encontram a 46 metros de profundidade pode ocorrer contato direto ou indireto com o lençol freático. Isto porque a primeira camada do teto é de siltito, uma rocha facilmente friável, sendo a segunda camada de arenito. Por ser uma mineração subterrânea a água do lençol freático ao entrar em contato com a pirita gera soluções acidas. Esta água do lençol freático é retida pelo arenito rocha adjacente que possui uma estrutura caracterizada por porosa o que explica a retenção. Em alguns casos ocorre o encontro de diques de diabásio rocha com estrutura mais compacta com a camada arenítica no interior da mina proporcionando a retenção de parte dessa água neste ponto. Geralmente na intersecção de diques de diabásio, com o arenito é previsível que a água escoe neste ponto do teto da mina tendo por isso facilidade de ser capitada antes de entrar em contato com a pirita, sendo assim, dentro da mina há um sistema de drenagem que auxilia na capitação e no tratamento caso necessário da água do freático. Contudo, as águas que entram em contato com a pirita acabam sendo contaminada e desta forma são bombeadas e destinadas para uma estação de Tratamento de Efluentes. Nesta estação ocorre a reação da água acida com o calcário, durante o percurso, quando passam por dois tanques de argila.onde ocorre o processo de decantação que consiste na deposição no fundo do tanque de hidróxido de ferro resultante da reação. Após passar por esse processo a água descontaminada é conduzida ao rio Laranjinha. A escolha do local para fins do trabalho de campo fundamentou-se em três fatores: apreensão de conteúdos geográficos em áreas no município próxima ao colégio; a familiaridade dos alunos com relação ao local (mesmo sem conhecê-lo) o que nos leva a atingir certos objetivos partindo da realidade local; importância ambiental do tratamento de Efluentes realizado pela Empresa Cambuí. SILVA (2002) argumenta que o trabalho de campo é o estudo da realidade visível, palpável, sensível com a qual interage com elementos demarcados pela vivencia cotidiana, que o aluno e/ou pesquisador transcenderá para a teorização sobre essa realidade. Esta proposta de trabalho de campo tem por objetivo observar o Tratamento de Efluentes em área de exploração mineral, em especifico o realizado na mina de carvão 07 localizada no município de Figueira Paraná. Além disso pretende-se trazer para a realidade dos alunos questões ambientais que são abordadas em sala de aula envolvidas com a exploração mineral. A aula de campo é uma ferramenta de essencial importância para o professor de Geografia. A atividade a campo propicia a este profissional demonstrar na pratica a teoria apresentada na sala de aula, pois por meio das quais o professor percebe os fenômenos com que deseja trabalhar. De acordo com Cruz (1997) “[...] a pesquisa de campo representa uma possibilidade concreta de contato direto entre pesquisador e a realidade estudada, o que permite a apreensão dos aspectos dificilmente vislumbrados através somente do trabalho do gabinete”. Segundo Kerner e Carpenter (1986), o campo propicia aos estudantes um senso de integração dos processos da natureza e a percepção desta como um todo, e não suas partes isoladas. Assim, cidade e campo podem ser representadas como área para a realização e de um roteiro para trabalho de pesquisa de campo principalmente por ser uma área de grande diversidade cultural, histórica e principalmente ambiental. A prática de campo em geografia propicia a orientação de “não ficar preso” à sala-de-aula, e sim fomentar a pratica do olhar geográfico por meio de aulas de campo. Estudar o município é importante e necessário para o aluno, na medida em que ele está desenvolvendo o processo de conhecimento e de critica da realidade em que está vivendo. Conforme Callai e outros (1988) [...] vale lembrar aqui que durante o tempo em que se desenvolve do trabalho de campo (planejamento, execução, analise e relatório), o professor deve ter a preocupação constante de situar a atividade que está sendo desenvolvida dentro do contexto dos objetivos pelos quais estão sendo desenvolvidas as tarefas. Isto é necessário para se evitar o “fazer pelo fazer” apenas. O trabalho de campo enquanto recurso didático, no processo de formação do aluno deve ser encarado como um procedimento metodológico no trabalho do educador e não ser visto como uma atividade de lazer sendo assim este trabalho de campo foi classificado em dois aspectos: Ilustrativo, para mostrar e reforçar os conceitos vistos em sala de aula; Motivador, visando despertar o interesse dos alunos para um problema ou aspecto a ser estudado. Com este trabalho é possível conhecer as atividades ambientais desenvolvidas pela empresa de Mineração Carbonífera Cambuí, mais especificamente na área da Mina 07. A preocupação ambiental por parte da empresa é o inicio de um processo de longo prazo para remediar os impactos ambientais decorrentes da mineração.

Palavras-Chave: Ensino de Geografia, Trabalho de Campo, Exploração Mineral.

REFERÊNCIAS
CRUZ,R C. A. Os caminhos da pesquisa de campo em Geografia. In: Ver. GEOUSP: Revista da Pós-Graduação em Geografia. Departamento de Geografia.Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. São Paulo 1997
CALLAI, H. C. et al. Estudo do município e o ensino de historia e geografia. Ijui: Unijui,1988.
KERN, E. L.; CARPENTER, J.R (1986) effect of field activities on student learning. J. Educ. 34:180-183.

Mundo Digital e Educação Ambiental – Uma proposta de ensino de Geografia – Conhecer para Debater em sala de aula

TEIXEIRA, Fernando de Souza
NASCIMENTO, Juliana Aparecida Gimenez do
BENEDITO, Márcia Marlete
Discentes do 4° ano de Geografia da UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

Significativas transformações vêm modificando os rumos da sociedade e, conseqüentemente, da educação, pois a evolução, a globalização e a informatização dos meios de comunicação são fatores essenciais e indispensáveis para o homem moderno que necessita o quanto antes de um ambiente escolar extremamente significativo e construtivo, levando-o o mais próximo possível à realidade e a um desenvolvimento integral.
O desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação nas últimas décadas vem afetando todos os setores da sociedade, diminuindo as distâncias, minimizando esforços e tempo nas atividades diárias e, sobretudo, ampliando as possibilidades de acesso à informação.
No âmbito educacional, a disseminação do uso dessas novas tecnologias tem permitido agilizar os serviços administrativos e elaborar materiais didáticos. No entanto, há uma grande expectativa quanto às possibilidades de assessoramento desses recursos no processo de ensino e aprendizagem, o que irá produzir grande impacto no aprender a aprender.
A Geografia, sem deixar de ser uma ciência da cultura, é um leque aberto para colocar em prática o processo de observação, análise, interpretação, sugestões e propostas.
É importante reconhecer que a aprendizagem do aluno ocorre sob orientação do professor, trabalhando, operando, executando, analisando, comparando, explicando, opinando e debatendo sobre o assunto.
O objetivo da inclusão digital é aumentar o leque de conhecimento do aluno, de forma a relacionar o cotidiano com os assuntos aplicados em sala de aula, possibilitando uma melhor compreensão, desenvolvendo uma análise crítica que pode ser explorada através de debates.
Como exemplo, vamos abordar a “Educação Ambiental” como tema de pesquisa e debate.
Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, o que, no dizer de Tamaio (2000), se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.
Segundo Reigota (1998), a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.
Para Pádua e Tabanez (1998), a educação ambiental propicia o aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições básicas para estimular maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente.
A educação ambiental surge como um conjunto de ações que buscam conciliar desenvolvimento, preservação ambiental e melhoria da qualidade de vida do ser humano.
Cascino (1999), destaca a elaboração do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e responsabilidade Global, durante a realização da ECO-92, que diz o seguinte:
“A educação ambiental deve tratar das questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico. Aspectos primordiais relacionados com o desenvolvimento e o meio ambiente, tais como população, saúde, paz, direitos humanos, democracia, fome, degradação da flora e da fauna, devem ser abordados dessa maneira.” (Cascino, 1999, p.45)
A educação ambiental deve levar o homem a viver em harmonia com a natureza, passando pela participação de todos os cidadãos na solução e prevenção de problemas ambientais. Para isso, é necessário compreender o ambiente, a relação dinâmica que existe entre os ecossistemas naturais e os sistemas sociais.
A educação ambiental, como tantas outras áreas de conhecimento, pode assumir, assim, “uma parte ativa de um processo intelectual, constantemente a serviço da comunicação, do entendimento e da solução dos problemas” (Vigotsky, 1991). Trata-se de um aprendizado social, baseado no diálogo e na interação em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados, que podem se originar do aprendizado em sala de aula ou da experiência pessoal do aluno. Assim, a escola pode transformar-se no espaço em que o aluno terá condições de analisar a natureza em um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte componente de uma realidade mais complexa e multifacetada. O mais desafiador é evitar cair na simplificação de que a educação ambiental, deve-se aprender a investigar o cotidiano do aluno para que os ensinamentos não distancie da realidade social de cada aluno. Cabe sempre enfatizar a historicidade da concepção de natureza (Carvalho, 2001), o que possibilita a construção de uma visão mais abrangente (geralmente complexa, como é o caso das questões ambientais) e que abra possibilidades para uma ação em busca de alternativas e soluções.
Através desta investigação sobre o cotidiano do aluno, deve-se abordar primeiramente relacionamento conhecidos pelos discentes, depois, com embasamento teórico, ou seja, conhecimento do assunto a ser abordado, o docente passa a assuntos que envolvam mais conhecimento, sempre utilizando linguagem de fácil interpretação a fim de dar segurança e facilitar a assimilação do discente.
Para que se possa ministrar uma boa aula, em nosso caso sobre “Meio Ambiente”, o docente não pode apenas “despejar” seu conhecimento sobre os alunos, e sim discorrer sobre o assunto de modo a instigar a curiosidade e a criticidade dos mesmos. Nesse caso, como uma grande ferramenta de auxilio, entra o acesso ao “Mundo Digital”.
Aproveitando esta ferramenta, o docente deve despertar nos alunos o interesse em utilizar a internet para melhoria de seus conhecimentos, todavia, sabemos que no mundo atual, essa “pesquisa por conhecimento” deve ser direcionada através de determinados trabalhos e/ou busca por fatos atuais que gerem base para discussões em sala de aula.
Essas discussões ou debates, devem também ser direcionados de acordo com uma coesão dos assuntos relacionados não só pelo professor mas pelos alunos, pois isso despertará o interesse em levantar dados para um melhor debate em sala de aula.
Mas como desencadear esse interesse?
Quando se fala em educação ambiental, o leque de assuntos que podem sem abordados é muito vasto, para isso, a preparação do docente é de fundamental importância. Uma aula bem preparada com recursos áudio visuais, fotos, filmes e etc, desperta o interesse do aluno e serve de ponto inicial para uma abordagem mais profunda. Outra chamativa para o conteúdo é a utilização da informática com recurso de pesquisa e conhecimento.
A organização do debate deve ser bem elaborada, tanto com relação aos assuntos que serão debatidos, como a estruturação/disposição dos alunos para que todos possam participar de maneira igualitária. O docente sempre deve oferecer meios, através de questionamentos ou adendos, para que os alunos possam formar e expor suas opiniões de maneira clara. O ponto de vista de cada um deve ser respeitado, fazendo-se ressalvas em pontos de controvérsias, deixando que os questionamentos contrários e dúvidas fluam da melhor maneira possível. No final, o docente deve colocar algumas disposições como arremate do assunto, visando esclarecer a importância deste pequeno evento criado para instigar o conhecimento. Esse processo de aprendizagem, é sem dúvida alguma, um ótimo instrumento de ensino, mas exige uma preparação do docente e principalmente dos alunos.
Voltando ao “Mundo Digital”, sabe-se que a tecnologia e a informática, por si só, não constituem fórmula milagrosa para as dificuldades educacionais, mas possibilitam um novo caminho a ser buscado, fazendo com que a tecnologia seja implantada no ambiente escolar indispensável e essencial para o homem e sua formação.
É importante que se estimule o educando a indagar o porquê das coisas para o mesmo não se conformar com a simples situação dos fatos, mas partir para uma análise criteriosa com uma visão crítica.
Conduzindo o ensino dessa forma, a Geografia estará contribuindo para preparar o indivíduo para a sociedade e a prática da boa cidadania.

Palavras-chaves: geografia, debate, informatização, educação ambiental.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, I. A Invenção ecológica. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2001
CASCINO, F. Educação ambiental: princípios, história, formação de professores. São Paulo. Editora SENAC São Paulo, 1999.
OLIVEIRA, M. A. M. e VALLADARES, R. de C. C. O uso da informática na sala de aula: caminhos e descaminhos. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, MG: Dimensão. v.5, n. 26, mar/abr., 1999.
PÁDUA, S.; TABANEZ, M. (orgs.). Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. São Paulo: Ipê, 1998.
REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998. p.43-50.
TAMAIO, I. A Mediação do professor na construção do conceito de natureza. Campinas, 2000. Dissert.(Mestr.) FE/Unicamp.
VIGOTSKY, L. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS

NASCIMENTO, David josé do
MAZENOTTI, Julyana Patricia
Discentes do 4° ano de Geografia – UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

As ações educativas para as questões ambientais vêm sendo discutidas no contexto atual, visando equacionar de maneira satisfatória o entendimento da relação homem-natureza, o que é fundamental para o desenvolvimento pleno da sociedade. Assim, a Educação Ambiental surge da necessidade de implementação de uma educação de caráter interdisciplinar, voltada para os problemas atuais e urgentes que preparasse a população para viver e se desenvolver em um mundo interdependente e em harmonia com as leis da natureza e que abordasse de forma global a busca das soluções. Destaca-se a importância de saber como a Educação Ambiental é percebida em especial pelos jovens , que vislumbram novos critérios para formação de valores, o que nos adultos requer enfrentamento dos costumes da sociedade e do grupo social a que pertença.Para que o processo de formação tenha êxito é necessário o envolvimento do professor através de suas práticas pedagógicas para a efetivação dos conceitos sobre a Educação Ambiental. A escola por ser o espaço formal para disseminar a educação, precisa mostrar através de ações o significado do meio ambiente para as crianças e jovens, tanto em seus aspectos físicos como sociais, assim como suas inter-relações. O principal objetivo é analisar a percepção e a prática pedagógica sobre educação ambiental na escola para a realização desta pesquisa que se estruturou quando de cumprimento de estágio como acadêmico em escolas estaduais. Devemos investigar a percepção ambiental de alunos , professores, funcionários e moradores das proximidades, identificar os fatores que dificultam na prática dos professores para a inserção da Educação Ambiental.
Inicialmente serão feitas leituras e consultas bibliográficas sobre Educação Ambiental para se ampliar conhecimentos sobre o tema proposto. O universo da pesquisa será o Colégio Estadual “Zulmira Marchesi da Silva”. Membros da comunidade serão envolvidos e através de sua participação será possível saber sobre o entorno da escola. Na sala de aula, será observado como e o que o professor ensina, suas relações com os alunos, daí a persistência no objetivo de desvelar as práticas pedagógicas e percepções sobre educação ambiental atentando para ao significado que as pessoas dão às coisas e a vida. A educação ambiental na sua proposta abrangente, transformadora, está intimamente associada à cultura, um educador ambiental precisa ter clara compreensão da realidade e partir da percepção do educando para que se envolvam e assumam como suas as melhorias ambientais. A definição de Educação Ambiental é de natureza complexa. Por não ser uma disciplina e seu conceito ainda estar em formação, a maioria dos educadores tende a direcionar os ensinamentos à disciplinas específicas como a ciência, geografia e história, sem a interdisciplinaridade sistematizada, sem ações voltadas para o desenvolvimento de habilidades e atitudes necessárias à harmonia homem-ambiente. Na abordagem feita aos atores envolvidos no processo educacional, a Educação Ambiental ainda se manifesta com o caráter disciplinar, pois vincula sua efetivação à inserção de conceitos e temas relacionados à Ecologia, à Geografia, entre outras áreas afins. A percepção ambiental ainda é limitada, pois desconsidera aspectos fundamentais da discussão contemporânea. A consolidação do que preconiza a Educação Ambiental exige novas atitudes frente aos problemas que se agravam. Há necessidade de ensinar os jovens, no início de sua formação escolar, as relações sociais que interferem e modificam o sistema ambiental natural, a prestarem atenção em seus próprios territórios para que possam valorizá-los e zelar por eles, contribuindo para o desenvolvimento sócio-ambiental. São vários os fatores que contribuem para a não efetivação da Educação Ambiental no ensino formal. Considera-se, no entanto, que um dos maiores problemas para sua inserção na escola seja justamente a falta de capacitação dos professores. A acomodação acumulada pelos anos de trabalho e a necessidade de trabalhar em vários turnos e em escolas diferentes privam a maioria dos professores de capacitações necessárias para o bom desempenho de sua profissão no que diz respeito ao tema. A reversão das percepções sobre os conceitos de Educação Ambiental, por ser uma questão utópica, continuará a nos desafiar na busca de uma conexão com o que já foi pesquisado e comprovado e não está sendo efetivado na prática, tendo como partida o contexto social ambiental de cada sujeito na continuidade do processo histórico.

Palavras – chave: Educação – Percepção Ambiental

ENSINANDO O CONCEITO DE ORIENTAÇÃO CARTOGRÁFICA COM O AUXILIO DA BÚSSOLA NO ENSINO MÉDIO

DUARTE, Danilo Pereira
GABRIEL FILHO, Israel
Discentes do 4° ano de Geografia – UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

Esse resumo refere-se a uma prática pedagógica executado na aula de Regência de Geografia no Ensino Médio, realizado durante o Estágio Curricular Supervisionado no Colégio Estadual 14 de Dezembro, localizado no município de Alvorada do Sul, região Norte do Paraná. Hoje em dia é muito importante diversificar o modo de ensino de Geografia, de acordo com o quadro que se encontra o ensino, onde a falta de motivação e diversificação nas aulas acaba produzindo um espaço rotineiro e de difícil concretização do processo de ensino-aprendizagem. As diversificações das aulas de Geografia garantem a atenção dos alunos e desta forma existem vários instrumentos de ensino que podem ajudar na dinâmica em sala, deste modo priorizou-se a Bússola como instrumento de ensino para trabalhar conteúdos de orientação cartográfica. O autor Amir D. Aczel "magnetiza" o leitor com o agradável e interessante relato de sua pesquisa sobre o descobrimento e curso da bússola na história da evolução do mundo, e de sua importância na orientação, que aponta sua magia para a estrela Polar. (livro "Bússola" A invenção que mudou o mundo). Para o autor Mario Nery - Um apaixonado por trilhas, escalada em rocha e gelo. Saber se orientar em uma região desconhecida é uma habilidade básica que todos os aventureiros deveriam conhecer, afinal de contas, ficar perdido é uma coisa que pode acontecer com qualquer pessoa, por isso, precisamos usar uma bússola e um mapa para se orientar em qualquer lugar do espaço. Como se deve interpretar um mapa para que seja possível posiciona-lo corretamente em relação ao terreno, reconhecer os pontos ao seu redor (montanhas, rios, vales…), determinar a sua distância entre esses pontos e saber qual o melhor caminho para passar por eles e chegar ao seu destino, ele destacou também os conceitos básicos de orientação para o uso da bússola. O objetivo desse trabalho foi tornar os conteúdos de orientação cartográfica mais acessível aos alunos. Em especifico buscou-se diversificar as aulas de Geografia do Ensino Médio tornando-a mais dinâmica e empolgante. Tendo em vista as dificuldades dos alunos com a orientação cartográfica, buscamos trazer a Bússola para facilitar o aprendizado, devido à grande importância e valor encontrado nesse instrumento. A Bússola faz com que os alunos obtenham uma noção sobre a localização e aprendam os pontos de orientação terrestre. Para execução desse trabalho, inicialmente foi pesquisado fontes bibliográficas sobre o assunto abordado, na seqüência em sala de aula apuramos os conhecimentos prévios dos alunos sobre orientação cartográfica. Para a construção da bússola, dividimos a sala em duplas para trazer os materiais necessários (agulha, imã, água, um recipiente, rolha/cortiça/ isopor). Cada dupla confeccionou a sua Bússola de acordo com as explicações dadas pelo professor. Em seguida a mesma foi utilizada em conteúdos de orientação terrestre. Depois de trabalhar diversos conteúdos relacionados à orientação, está na hora de conciliar teoria com a prática, montando uma bússola, que é sempre uma atividade estimulante para os alunos. A cada passo da montagem da bússola é necessário fazer explicações sobre a história da bússola, destacando a primeira bússola inventada pelos chineses, explicar também o processo de magnetização que ocorre na bússola para que ela aponte sempre na direção Norte, existindo dois Nortes (o Geográfico e o Magnético). O primeiro passo para a confecção da bússola é colocar a água em um recipiente, de maneira que a base flutuante não tenha contato com o fundo do recipiente, logo após fixe a agulha na base flutuante (rolha, isopor, cortiço), em seguida, faça o processo de magnetização da agulha, esfregando o imã sempre na mesma posição para poder criar o magnetismo, que fará com que a agulha indique o Norte Magnético, para concluir coloque no recipiente a base flutuante com a agulha magnetizada e observe o movimento que ela realizará, parando exatamente apontada para o Norte. Para comparar se o experimento está correto, coloque ao lado uma Bússola comercial e certifique-se de que tudo ocorreu corretamente. É necessário lembrar que objetos metálicos ou que tenham influências magnéticas devem ser mantidos afastados do experimento para não causar interferências, pode-se mostrar aos alunos que o eletromagnetismo interfere, coloque próximo ao experimento ou da Bússola comercial um aparelho celular e veja o que acontece, a agulha da Bússola irá perder a sua real direção, devido a força das ondas magnéticas provindas do aparelho. Ao termino do experimento e a conclusão da sua precisão utilize o mesmo experimento para trabalhar com conteúdos ligados a cartografia e perceba a maior facilidade em aprendizado dos alunos e a maior concentração sobre o conteúdo, devido a essa diversificação aplicada em sala de aula. Estimula-se mais ainda o aluno quando a utilização da bússola esteja ligada a mapas ou cartas topográficas de um local que esteja ligado ao cotidiano do aluno, seja um mapa da cidade ou de algum lugar conhecido por eles. E para obter-se maiores resultados o professor pode solicitar ao aluno que ele faça uma representação sobre o trajeto de deslocamento da sua casa até a escola, ou se estiverem com maior interesse que eles façam um mapa da cidade, e através do uso da bússola que eles localizem o Norte e as localizações geográficas correspondentes ao mapa e também para a leitura de mapas em sala de aula. Esse instrumento conciliado com a rosa dos ventos e o globo terrestre podem ter maiores resultados ainda, porque os alunos conseguem absorver com maior intensidade o conteúdo, abrindo um leque de possibilidades a ser trabalhadas no ensino de geografia. Então vimos que a bússola como instrumento, pode ajudar o professor nas aulas de orientação, ensinando os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.

Palavras-Chave: Ensino de Geografia, Bússola.

REFERÊNCIAS

ARCHELA, R.S.; CALVENTE, M. d. C.M.H. ET. AL. Ensino de Geografia. Londrina: Eduel, 2008.

O USO DO VÍDEO NAS AULAS DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO

FRANÇA, LUIZIANE TORREZAN DE
RAFAELI, DAIANE
DRUZINNI, ROSANA MARA
Discentes do 4° ano de Geografia da UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

Este trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual Machado de Assis – Ensino Médio, situado no município de Sertanópolis, na turma do 1º ano matutino, durante a realização do estágio supervisionado em Geografia. Os inúmeros desafios que se estabelecem no cenário educacional atualmente têm conduzido as escolas e principalmente os professores na busca constante de melhor e maior qualidade de ensino que traga prazer e motivação a todos. A utilização de instrumentos de ensino proporciona uma série de experiências que diversificam as aulas e promovem o entendimento dos conteúdos pelos alunos. Afim de facilitar o processo de ensino-aprendizagem da disciplina de geografia e complementar as informações dadas em sala de aula, escolheu-se o vídeo como instrumento didático educativo nas aulas do estágio no ensino médio. Durante as aulas observou-se que este instrumento está sendo um pouco esquecido pelos professores diante de tantos aparatos tecnológicos que estão a disposição dos. Como diz Moran, 1995: “O vídeo aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, mas, também introduz novas questões no processo educacional”. O vídeo pode ser utilizado de várias formas, inclusive no artigo de MORAN (1994) ele aborda alguns conceitos de usos adequados do vídeo como: sensibilização, ilustração, simulação, conteúdo de ensino, produção, intervenção, expressão, avaliação, espelho e integração de outras mídias. Neste trabalho optou-se por utilizar o vídeo como apoio didático para o enriquecimento dos conteúdos geográficos, proporcionando uma aula mais dinâmica e interessante. De acordo com LIMA (2001) citando Ferres (1998) ao se adotar um programa de utilização desse instrumento, devem-se levar em consideração os seguintes critérios: mudanças nas estruturas pedagógicas, o meio tecnológico, formação dos professores, adequabilidade ao conteúdo, as características do aluno, os objetivos, acessibilidade do aluno a essa tecnologia (como manipulá-lo criativamente, pesquisar, fazer experiências, descobrir novas formas de expressão). Mas também existem alguns aspectos que podem dificultar a utilização do vídeo como a falta de preparo do professor, a falta do próprio vídeo na escola e falta de acervo adequado ao conteúdo trabalhado. Diante de toda a pesquisa realizada para a realização deste artigo e tendo em vista a necessidade de diversificar as aulas e acrescentar conhecimento de maneira mais interessante, o vídeo é um recurso de extrema importância que vale a pena ser utilizado e aproveitado em sala. Neste trabalho, objetiva-se utilizar o vídeo como recurso didático para ensinar conteúdos relacionados a Vulcões e o vídeo usado é Terra: O Poder do Planeta Vulcões. A metodologia utilizada neste projeto constitui-se em três etapas: a preparação previa do instrumento; a execução da experiência pedagógica e finalizando avaliação dos alunos após a aplicação do instrumento. Inicialmente, na primeira etapa realizamos a busca na internet de um vídeo de acordo com o conteúdo proposto, o estudo e detalhamento do vídeo. Depois fizemos a apresentação do filme e explanação sobre o assunto que o filme iria abordar e se os alunos já conheciam alguma coisa relacionada com o filme e com o assunto. Após o término do filme foi feito um comentário geral e questionamos a opinião dos alunos em relação ao filme, ou seja, se eles gostaram, se eles entenderam e se tinham alguma crítica. E para finalizar foi pedido um relatório sobre o vídeo. Depois da apresentação do filme e do resumo, conseguimos perceber que todos entenderam o conteúdo apresentado, pois todos prestaram bastante atenção. Concluímos então que o vídeo é uma ferramenta dinâmica, prática e que todo professor pode e deve utilizar em suas aulas. Além de prender a atenção do aluno deixa a aula mais interessante e não cai na rotina.Sabe-se que incorporação do uso do vídeo na prática pedagógica não é tarefa fácil, pois antes é necessária à observação de várias questões para que o vídeo se torne um instrumento didático efetivo para o ensino/aprendizagem e não apenas um mero transmissor de informações. Acredita-se que um vídeo pode possibilitar ao aluno sair da mesmice, romper barreiras e fugir do abstrato, partindo para o real, o concreto, o que vai levá-lo a ter uma aprendizagem mais significativa, fazendo-o relacionar a geografia com o cotidiano.

Palavras-Chave: Ensino de Geografia, Vulcões, Vídeo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


MORAN, J. M. O vídeo na sala de aula. Revista Comunicação & Educação. São Paulo (SP): ECA, 1995, p. 27-35, Janeiro / Abril.
LIMA, Artemilson Alves de. O uso do vídeo como um instrumento didático e educativo: um estudo de caso do CEFET-RN. Florianópolis, 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de produção) - Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.

TRABALHO DE CAMPO: MEDIADOR DE NOVAS DESCOBERTAS AMBIENTAIS, ECOLÓGICAS E SÓCIO-CULTURAIS – UM OLHAR SOBRE O ECOTURISMO

SANTOS, Andreza de Fátima
Discente do 4° ano de Geografia - UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia – UENP

A aplicação dessa proposta pedagógica de trabalho de campo deu-se no mês de Setembro de 2010, em virtude da realização do Estagio Curricular Supervisionado em Geografia, no 2º Ano do ensino médio na Escola Estadual Barboza Ferraz localizado na cidade de Andirá, norte do Paraná.
Ao falarmos sobre os conteúdos referentes as questões ambientais e as formas de apropriação do espaço geográfico enfocando sobre tudo o ecoturismo, como aproveitamento e preservação de espaços naturais, surgiu à necessidade de realização de trabalho de campo com os alunos
Ensinar é uma árdua tarefa para os educadores em todas as áreas, principalmente no que se refere ao ensino médio, pois a partir dali o aluno vai saber o que quer para seu futuro, não basta que o professor apenas domine muito bem os conteúdos de Geografia, é preciso motivar os jovens a aprender estes conteúdos, e acima de tudo assumam uma consciência critica á respeito do meio ambiente.
O professor deve então conseguir atrair a atenção de seus alunos para sua aula, isto pode não ser possível se for criada uma rotina ou comodismo, onde todos os dias se faz sempre a mesma coisa, como por exemplo, se todas as aulas forem apenas expositivas.
É necessário que o educador se utilize de diferentes recursos para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, e o trabalho de campo vai além isto depende da criatividade do professor.
O trabalho de campo é um dos recursos que o professor pode utilizar-se para tornar a aprendizagem da geografia não só mais “legal” ou descontraída para os alunos como também mais significativa.
Na Geografia Crítica, porém, destaca-se a importância da preparação e da contextualização do trabalho de campo, para que possa propiciar ao aluno o interesse pelo estudo do lugar vivido e a compreensão das contradições espaciais existentes. Nessa perspectiva, o trabalho de campo também se baseia na observação, permitindo ao aluno um olhar especial sobre os elementos da paisagem, fundamentado na teorização prévia, o que lhe dá autonomia diante da produção do conhecimento, despertando o senso crítico e investigador.
Ademais, outros valores de grande relevância são acrescidos, como cooperação na realização de trabalhos em equipe, gosto pelo estudo e pela investigação pessoal, desenvolvimento da sensibilidade e da fraternidade, melhorando as relações professor–aluno e aluno–aluno.
Atualmente, o trabalho de campo é um recurso metodológico de ensino–aprendizagem que vem sendo revalorizado na Geografia como um dos instrumentos de maior interesse e produtividade no ensino dessa disciplina.
Atualmente, o trabalho de campo é um recurso metodológico de ensino–aprendizagem que vem sendo revalorizado na Geografia como um dos instrumentos de maior interesse e produtividade no ensino dessa disciplina. Para Alves et al (2007, p.1081):
“O trabalho de campo pode ser considerado uma modalidade prática de ensino primordial, por apresentar possibilidades no processo de ensino–aprendizagem. A prática de ensino a campo é um método em que os acadêmicos têm contatos com alguns elementos físicos estudados em sala de aula”.
Tomita (1999, p.13) também escreve sobre o trabalho de campo como instrumento de ensino em geografia:
[...] Dentre várias técnicas utilizadas no ensino de Geografia, considera-se o trabalho de campo, uma atividade de grande importância para a compreensão e leitura do espaço, possibilitando o estreitamento da relação entre a teoria e a prática. O alcance de um bom resultado parte de um planejamento criterioso, domínio de conteúdo e da técnica a ser aplicada [...].
Deve-se considerar ainda que um trabalho prático requer uma reflexão sobre o tema a ser estudado, conforme Kaercher (2004, p.233):
[...] Muitos professores crêem que mostrando uma foto ou um objeto, ou ainda, dando a volta no bairro – todas ótimas iniciativas - os alunos ‘verão as coisas como elas são’, isto é, terão acesso ‘à realidade’, verão a ‘essência’ para além das aparências. Esse é um passo necessário para o estudo: ver ‘as coisas’, mas é insuficiente se não alertarmos nossos alunos para a necessidade da reflexão sobre o que se vê na tentativa de não nos contentarmos com as primeiras impressões [...]
O trabalho de campo permite a integração da teoria à prática tanto de aspectos físicos como humanos no ensino de geografia, e é bom não esquecer de que ele precisa de reflexão e um bom planejamento para sua execução, bem como o domínio dos conteúdos e métodos que serão utilizados.
O trabalho de campo proposto justifica-se pela necessidade de explanar e exemplificar os conteúdos relacionados à atividade ecoturística, no espaço geográfico, pois esta vem sendo realizada no espaço rural de Cambará, próximo ao espaço de vivência dos alunos.
Para execução desta proposta pedagógica foi planejado com antecedência o local da visita, sendo o sitio Ecológico Scandolo, localizado na BR 369, entre as cidades de Andirá e Cambará.
Nas aulas anteriores foram feitas abordagens sobre os conteúdos que seriam observados à campo, ressaltando os principais aspectos do local que seria visitado. Posteriormente foi realizado o trabalho de campo no local selecionado e na seqüência foi realizado um debate em sala de aula sobre a temática envolvida no campo.
Este trabalho de Campo tem como interesse principal despertar a consciência sobre a preservação ambiental, conhecendo desta forma algumas plantas e árvores nativas da nossa região que se encontram preservadas, observar a prática do ecoturismo no espaço rural, assim como perceber que é possível ocupar o espaço, sem destruí-lo, e sim resgata-lo em prol da sociedade, esta além de usufruir, poderá de alguma forma participar de alguns pontos essenciais para a vida humana, os cuidados com o meio ambiente e o desenvolvimento do ecoturismo sem degradar a natureza, e acima de tudo perceber a tamanha importância do trabalho de campo nas aulas de Geografia, valorizando não só como um simples passeio e sim um contato direto com o que se vê.
Devo ressaltar que foi sensível a leitura por parte dos alunos, que tudo observavam, anotavam e questionavam, aproveitaram e se divertiram, sem falar na expressão facial que externava suas emoções. Imaginar o que foi dito mediante os conteúdos abordados é uma coisa, mas nada se compara ao ato de adentrarmos nas estruturas dessa realidade, mantido em conservação através do tempo.
Após o trabalho realizado, os alunos além da aquisição de novos conhecimentos e aprendizado, eles puderam estar em contato direto com o ecoturismo, pois com o contato direto é muito mais proveitoso, do eu o teórico em sala de aula, talvez se a maioria dos conteúdos propostos fosse assimilada com o real, seriam mais fáceis de ser ensinados e com certeza os resultados satisfatórios.
Os alunos além de aprender, desfrutaram de tudo de bom que a natureza oferece, e em sala de aula além do bom comportamento realizaram todas as atividades pós campo entusiasmados, críticos e com quase que 100% de acertos.
Ao realizarmos as avaliações em grupo e individual dessa atividade, pude constatar a contemplação dos objetivos traçados inicialmente, que eram atingir o domínio cognitivo, como a aquisição e consolidação dos conhecimentos específicos; despertar consciências do espaço vivido e construído; despertar o espírito crítico e investigativo, bem como a consciência ambientalista em cada um e total aproveitamento do trabalho em si.
Infelizmente, muitos professores têm considerado o trabalho de campo como uma atividade enfadonha, preferindo o discurso desgastado de que, para a sua realização, são encontrados problemas de diversas naturezas, tais como dificuldades para deslocar os alunos; deficiência na formação acadêmica com a falta da prática de campo; insatisfação com as políticas públicas voltadas à Educação, como a que lota os professores em áreas diferentes da sua formação, etc. Esses professores terminam, assim, (re) produzindo uma Geografia Tradicional baseada na repetição dos conteúdos abstratos dos livros didáticos, sem se preocupar com a real aprendizagem dos alunos.
Todavia, é preferível não nos deixarmos vencer por tais dificuldades mesmo não as desconsiderando quanto à sua existência. É preciso ousar e driblar essas adversidades, procurando empregar também o recurso metodológico de ensino–aprendizagem que é o trabalho de campo para o ensino de Geografia, acreditando, sim, que é possível ensinar sem que esse repasse seja apenas repetir as lições dos livros didáticos sem fazer uma associação com a realidade do aluno.
É bem verdade que aqueles professores que receberam uma formação acadêmica séria e comprometida com a prática de campo empenham-se com mais afinco nessa atividade, mas não desanimem. A sugestão é que procurem superar os obstáculos, criando mecanismos de superação.Dessa forma, o trabalho de campo bem planejado e contextualizado apresenta-se como uma das alternativas à melhoria da qualidade do ensino de Geografia, e, conseqüentemente, estamos colaborando para a formação de alunos críticos e conscientes das transformações espaciais vigentes.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ana Maria Radaelli da Silva. Geo UERJ do Departamento de Geografia, UERJ, RJ, n. 11, p. 61 – 74 1º Semestre de 2002
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia, Ciência da Sociedade: uma Introdução à Análise do Pensamento Geográfico. São Paulo: Atlas, 1987. p. 41.
VESENTINI, José W. & VLACH, Vânia F. Rúbia. Geografia Crítica – Manual do Professor. v. 3. São Paulo: Ática, 2004. p. 8.
Vanuzia B. Lima — cearense de Sobral — é bacharela e licenciada em Geografia com pós-graduação em Desenvolvimento com Meio Ambiente, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
ALVES, E. A.; CABRAL, J. B. P.; PEIXINHO, D. M.; OLIVEIRA, W. D.; ROCHA, I. R. Breve Reflexão sobre a importância do trabalho de campo no Ensino de Geografia in: Anais do XV Encontro Sul Mato-grossense de Geógrafos, 2007.
KAERCHER, N. A. A geografia escolar na prática docente: a utopia e os obstáculos epistemológicos da Geografia Crítica. Tese de Doutorado, São Paulo, 2004 SUERTEGARAY, D. M. A. Pesquisa de Campo em Geografia.
TOMITA, L.M.S. Trabalho de campo como instrumento de ensino em geografia in:Geografia: Revista do Departamento de Geociências. Universidade Estadual de Londrina. Vol. 08 nº. 01 p. 13-15, jan./jun. 1999.
Site:http://www.portaldehospedagem.com.br/seusite.asp?id=10977 acessado em 23/10/2010

A GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO: O FATO E A NOTÍCIA

DALTO, C. T.
GONÇALVES, A. S.

 
INTRODUÇÃO:
O tema abordado traz como foco central a diferenciação entre a notícia e o fato, discutindo a informação como agente ideológico em tempos de “globalização” do espaço geográfico. Deste modo, procura-se considerar o aluno como elemento social participativo nesta relação (consumidor consciente do espaço produzido pelas diferentes mídias) seja em seu aspecto físico ou abstrato. Ideologia, notícia, fato e consumo do espaço são tratados em suas interrelações dinâmicas, oferecendo ao aluno a oportunidade de manifestar-se livremente sobre estes assuntos.

Palavras-chave: informação; ideologia; globalização.

Objetivos: Este trabalho realizado com os alunos do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Dr. Antônio Pereira Lima – Ensino Fundamental e Médio tem como função precípua diferenciar a notícia do fato, deixando transparecer as ideologias veiculadas pelos diferentes meios de comunicação. Entendemos que cada indivíduo pode – e deve – ser o agente transformador da realidade que o cerca, portanto, a interpretação crítica da notícia pode revelar o fato subjacente a ela, bem como as ideologias que a envolvem.

Metodologia:
No correr do 4º ano do curso de Licenciatura Plena em Geografia por nós realizado na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), propôs-se a utilização do período de “regência” para execução de um trabalho voltado ao uso de “novos” instrumentos de ensino em sala de aula. A proposta teórico-prática apresentada pela professora Jully G. Retzlaf de Oliveira busca ampliar a visão do aluno (futuro docente) sobre as possibilidades de utilização em sala de aula de diversos instrumentos didático-pedagógicos para a transmissão do conteúdo de Geografia. Portanto, estes instrumentos devem ligar-se aos conteúdos geográficos e ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos do ensino médio. Deste modo, os alunos Alvaro Spadim Gonçalves e César Tobias Dalto, realizando regência no Colégio Estadual Dr. Antônio Pereira Lima – Ensino Fundamental e Médio no Distrito Panema, Santa Mariana – Paraná, propuseram utilizar-se dos diferentes meios de comunicação para discutir as ideologias implícitas na veiculação dos fatos (notícia?) pelas diferentes mídias ora existentes. Para isso, convidaram os alunos do 2º ano A do ensino médio do referido colégio para participar do projeto.
Como o foco central deste trabalho é a diferenciação entre a notícia e o fato três fontes conexas (a imprensa escrita, a televisão e a rede mundial de computadores) foram arbitrariamente escolhidas para serem analisadas pelos alunos em sala de aula sob a supervisão dos professores regentes.
Num primeiro momento (dia 23/08/2010) os citados professores ministraram aula sobre os objetivos a serem alcançados, a metodologia a ser usada e o tempo gasto para execução e conclusão do projeto. A explicação sobre a diferenciação entre notícia e fato e ideologia e contra-ideologia foi seguida pela leitura dos seguintes textos complementares:
“A ideologia é o conjunto de representações e idéias, bem como de normas de conduta por meio das quais o homem é levado a pensar, sentir e agir da maneira que convém à classe dominante. Essa consciência da realidade é uma falsa consciência, porque camufla a divisão existente dentro da sociedade, apresentando-a como una e harmônica, como se todos partilhassem dos mesmos objetivos e ideais. (Assim) a ideologia, no sentido positivo, exerce a função de cimento do grupo social, tornando a sociedade de fato unida em torno de crenças comuns que fazem justamente a força das tradições. No sentido negativo, a unidade é falsa, pois esconde a divisão injusta da sociedade para manter a dominação” (ARANHA & MARTINS, 1992, p.58).
“Entre os fatores constitutivos da globalização, em seu caráter perverso atual, encontram-se a forma como a informação é oferecida à humanidade e a emergência do dinheiro em estado puro como motor da vida econômica e social. São duas violências centrais, alicerces do sistema ideológico que justifica as ações hegemônicas e leva ao império das fabulações, a percepções fragmentadas e ao discurso único do mundo, base dos novos totalitarismos – isto é, dos globalitarismos – a que estamos assistindo. Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.
(...) Nas condições atuais, as técnicas da informação são principalmente utilizadas por um punhado de atores em função de seus objetivos particulares. Essas técnicas da informação são apropriadas por alguns Estados e por algumas empresas, aprofundando assim os processos de criação das desigualdades.
(...) O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde. Isso tanto é mais grave porque, nas condições atuais da vida econômica e social, a informação constitui um dado essencial e imprescindível.
(...) As mídias nacionais se globalizam, não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.” (SANTOS, 2008, pp. 38-40).
Ao final da aula os alunos em grupo escolheram o assunto-tema a ser pesquisado.
Feito isto, determinou-se o dia para separação do material, ou seja, o dia 26 de agosto de 2010 foi selecionado para que os alunos retirassem material da imprensa para ser posteriormente apresentado em sala de aula.
O cronograma a ser completado num segundo momento (dia 28/08) visou “formatar” o material recolhido em sala de aula para uso e seguidamente (dia 30/08) apresentado por cada grupo com as suas conclusões. O assunto-tema escolhido pela maioria foi o desemprego pois, grosso modo, este é o evento social que mais os incomoda atualmente. Os alunos foram então separados em três grupos com o objetivo de selecionar material relacionado ao tema nas três diferentes mídias.
O primeiro grupo ficou encarregado de buscar notícias relacionadas ao tema na imprensa escrita, preferencialmente em jornais da região; o segundo grupo de trazer material veiculado por jornais televisivos da nossa região e o terceiro grupo notícias divulgadas na rede mundial de computadores (internet).
Desenvolvimento:
Após a separação do material a ser utilizado em sala de aula, os professores regentes e os alunos reuniram-se para formatá-lo, ou seja, este dia foi utilizado para recortar jornais, gravar os vídeos e imagens trazidos em formato adequado à reprodução na TV pendrive e referenciá-los corretamente. Neste dia não houve intervenção dos professores sobre “a qualidade e a coerência” do material apresentado.
Em função da paralisação do dia 30 de agosto as apresentações foram transferidas para dia 01 de setembro de 2010. Neste dia cada grupo apresentou suas considerações sobre o assunto-tema, particularizando a mídia escolhida. O primeiro grupo apresentou por meio de recortes de jornais (Folha de Londrina e Jornal da Paraíba) dados sobre o índice de desemprego no Brasil e as diferentes interpretações dos jornais do Sul e do Nordeste sobre a pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O segundo grupo apresentou (em vídeo) a veiculação desta mesma pesquisa pela Rede Globo de Televisão (Jornal Nacional) e o curto espaço de tempo utilizado pela emissora para dar ênfase a um único aspecto da pesquisa: “a menor taxa de desemprego já registrada no mês de julho”. O terceiro grupo apresentou vários fragmentos da pesquisa retirados da rede mundial de computadores (internet) para destacar que a maioria deles tinha como fonte comum os jornais do estado de São Paulo.
Sendo assim, os alunos puderam perceber (mesmo que superficialmente) que entre fato e notícia existe um grande espaço preenchido por interesses de diferentes grupos sociais, sobretudo dos grupos sociais hegemônicos. Os professores regentes encerraram as apresentações ressaltando que mesmo nas ações aparentemente mais inofensivas existe uma ideologia implícita, a qual deve ser pensada criticamente pelo aluno.
Conclusões:
Embora o material apresentado pelos alunos do segundo ano do ensino médio seja coerente com aquele solicitado pelos professores regentes, percebe-se que a identificação subjacente ao assunto-tema (ideologias e contra-ideologias) é ainda bastante complexa para a grande maioria. Eles facilmente percebem a diferenciação entre o fato (o acontecimento) e a notícia (a interpretação do fato), mas não conseguem perceber que as ideologias permeiam a notícia, dando-lhe, às vezes, uma conotação favorável e em outras, desfavorável. Ainda mais, a leitura apresentada (Milton Santos, Maria L. de Arruda Aranha e Maria H. Pires Martins) pelos professores regentes em nada facilitou esta compreensão, ao contrário, por ser extremamente filosófica aumentou o número de dúvidas.
Por tudo isto, concluí-se que o projeto alcançou apenas em parte seus objetivos, pois, de certa maneira, trouxe uma nova visão aos alunos sobre a interpretação do fato (a notícia), mas não os ajudou a compreender como se processa o consumo do espaço produzido pelas diferentes mídias e seus interesses de classe. Por outro lado, quando considerado o projeto como um todo (desde a universidade até a execução final em sala de aula), a execução do projeto pode ser entendida como completa e adequada com a participação efetiva de todos, desde os professores regentes até os alunos do ensino médio. Portanto, “o experimento” possibilitou-nos compreender que diferentes instrumentos de ensino podem – e devem – ser utilizados para dinamizar o ensino de Geografia, sobretudo os recursos audiovisuais, porém, assuntos de maior complexidade necessitam de 1) melhor preparo prévio; 2) maior número de aulas para aprofundamento teórico; 3) abordagem interdisciplinar e 4) prosseguimento metodológico ao longo do período. Sem isso, a ruptura entre teoria e prática induz o aluno ao desinteresse para novos projetos.
Referências:
ALMEIDA, L. M. A. de & RIGOLIN, T. B. Geografia. Série Novo Ensino Médio, São Paulo: Ática, 2003.
ARANHA, M. L. de A. & MARTINS, M. H. P. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1992.
SANTOS, M. Por uma outra globalização; do pensamento único à consciência universal. 16ª ed. São Paulo: Record, 2008.